Bancos separados

Suzane von Richtofen e Cravinhos não devem ser julgados juntos

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30 de maio de 2006, 20h35

O julgamento de Suzane von Richtofen, de seu ex-namorado Daniel Cravinhos e do irmão dele, Christian, não deve ocorrer no mesmo dia. O júri dos três está marcado para a próxima segunda-feira (5/6), mas uma manobra da defesa de Suzane pode desmembrar o julgamento.

Isso porque a legislação permite que a defesa aceite ou recuse o corpo de jurados sorteado. No caso de mais de um réu, se o advogado de cada um dos réus discordar do outro sobre a composição do corpo de jurados, o julgamento é automaticamente desmembrado. Aí, fica a critério do Ministério Público decidir quem será julgado antes.

Para isso, o MP tem de observar algumas regras. A preferência é de quem está preso, de quem executou o crime ou, então, do nome que aparece primeiro na denúncia. Além de estarem presos, os Cravinhos confessaram ter executado o crime. Portanto, a aposta do advogado de Suzane, Mário de Oliveira Filho, é de que a jovem seja julgada depois dos irmãos Cravinhos.

Oliveira Filho também tenta retirar dos autos do processo cópia da entrevista exibida pela TV Globo, onde Suzane aparece sendo orientada pelos advogados a chorar e se mostrar arrependida. Ela e os irmãos Cravinhos são acusados de matar os pais de Suzane, Manfred e Marisia.

No pedido de Habeas Corpus, Oliveira Filho afirma que a fita é produto de ato ilícito porque provém de quebra do sigilo da conversa reservada entre advogado e cliente, o que é proibido pelo Estatuto da Advocacia. Quem vai analisar o pedido é o desembargador Damião Cogan, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Suzane está em prisão domiciliar desde o dia 26 de maio, beneficiada por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. Sua prisão foi motivada depois da entrevista concedida pela a Globo. Os irmãos Cravinhos estão presos e pedem a extensão do benefício concedido a Suzane.

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