Consultor Jurídico

STJ dá prisão domiciliar para Suzane von Richthofen

26 de maio de 2006, 16h46

Por Rodrigo Haidar

imprimir

Suzane von Richthofen irá aguardar em casa seu julgamento, marcado para o dia 5 de junho. O Superior Tribunal de Justiça deu liminar que garante a prisão domiciliar da jovem, acusada de tramar o assassinato dos pais.

A decisão foi tomada nesta sexta-feira (26/5). O ministro Nilson Naves, da 6ª Turma do STJ, acolheu pedido em Habeas Corpus ajuizado pela defesa de Suzane, capitaneada pelo advogado Mário de Oliveira Filho. O ministro determinou que o juiz do processo avalie a necessidade de vigilância policial, que deverá, se for o caso, “ser exercida com discrição, para não constranger a ré e as pessoas que com ela estiverem”.

A defesa bateu às portas do STJ depois que a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo negou pedido de liberdade. O ministro Nilson Naves destacou que não era lícito ao juiz de primeiro grau decretar a prisão novamente porque o Superior Tribunal de Justiça já havia se pronunciado. O ministro relata que, “se se repete prisão idêntica a outra, está-se pondo em xeque (risco, perigo) a autoridade da decisão revogatória da prisão precedente”.

A prisão de Suzane, decretada pelo juiz Richard Francisco Chequini a pedido do Ministério Público paulista, foi motivada pela entrevista que ela deu ao programa Fantástico, da Rede Globo, e à revista Veja, no dia 9 de abril. Durante a entrevista, Suzane finge que chora e simula fragilidade e arrependimento.

No pedido ao STJ, a defesa sustentou a inexistência de elementos que justifiquem a prisão. “Em liberdade, a paciente (Suzane) respondeu a todas as expectativas sociais de um comportamento ajustado e aderente às normas jurídicas.”

De acordo com o pedido, ela “nunca se recusou nem se omitiu a comparecer em juízo, até mesmo na circunstância absolutamente constrangedora de ser presa. Em nenhum instante ameaçou quem quer que seja. Conhecendo o decreto de prisão, não buscou a fuga. Ao contrário, além de tomar ciência em cartório do libelo, apresentou-se espontaneamente para ser presa assim que tomou conhecimento da decretação de custódia”, afirmaram os advogados. A defesa também espera que, caso seja condenada, ela fique fora da prisão até o trânsito em julgado de todos os recursos.

Suzane, seu namorado Daniel e o irmão dele, Christian Cravinhos, confessaram ter matado o casal Marisia e Manfred von Richthofen, a golpes de pau, na casa em que a família vivia, em outubro de 2002. Os acusados vão a Júri Popular no dia 5 de junho e responderão por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com a utilização de meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. Ela está presa no Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior de São Paulo.

HC 58.813