Auxiliares do crime

CPI pede prisão preventiva de supostos advogados do PCC

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17 de maio de 2006, 23h36

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Armas aprovou requerimento em que pede a prisão preventiva dos advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado. Os dois seriam representantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital e são acusados de corrupção ativa e formação de quadrilha.

Nesta quarta-feira (17/5) Arthur Vinícius da Silva, funcionário terceirizado da Câmara dos Deputados responsável pelo som do Congresso, disse ter vendido uma fita com o áudio da sessão do dia 10 da CPI do Tráfico de Armas para esses advogados. As gravações teriam custado a bagatela de R$ 200. As informações são da Agência Brasil.

A sessão da CPI na quarta-feira (10/5) ouviu os depoimentos dos delegados da Polícia Civil de São Paulo Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes. Eles teriam narrado então os planos da polícia de transferir os líderes do PCC para uma prisão de segurança máxima. Este fato teria sido o estopim da onda de violência que tomou conta de São Paulo a partir da sexta-feira (12/5)

O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que, por enquanto, a comissão não deve pedir a prisão de Silva por acreditar que ele está colaborando. “Vamos avaliar com a assessoria jurídica da Casa e com as três polícias o que vamos fazer com Artur. Mas em razão dele estar colaborando, ser primário e ter residência fixa, talvez continue como réu colaborador”.

O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) disse que trechos da sessão de quarta-feira passada (10) da CPI foram transmitidos para presídios de São Paulo. “Os advogados conseguiram o áudio da sessão reservada e transferiram esse áudio para a central do PCC, que o reproduziu, em áudio-conferência, para todos os presídios paulistas”, disse Faria de Sá.

A CPI aprovou também requerimento que pede à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a suspensão do registro dos acusados, além de um pedido de proteção para Artur Vinícius da Silva e o indiciamento do líder do PCC Marcos Herba Camacho, o Marcola.

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