Júnior não é Filho

Veja acusa Palocci Junior como se fosse Palocci Filho

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16 de maio de 2006, 17h21

O ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho, vai entrar na próxima semana com ação civil indenizatória conta a revista Veja e contra o banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (15/5) em reunião mantida por Palocci e a sua equipe de advogados de defesa, capitaneada pelo criminalista José Roberto Batochio, na cidade de Ribeirão Preto, no Interior de São Paulo.

A defesa do ex-ministro Antonio Palocci Filho vai se fiar no argumento de que a documentação fornecida pelo agente Holder ao banqueiro Dantas é uma “falsificação primitiva”, uma vez que Palocci (que aparece na papelada como detentor de US$ 2 milhões no exterior) consta do documento com o nome “grotescamente imitado”.

Na papelada fornecida pelo ex-agente da CIA a Dantas, o ex-ministro Antônio Palocci Filho aparece com o nome de “Antonio Palocci Junior” –o que é tido como uma adaptação livresca do norte-americano Holder, que ao forjar os documentos teria traduzido “filho” para “junior”. Um dos advogados de Palocci chegou a satirizar a suposta falsificação alegando que “quem quer manter dinheiro lá fora, como mostra a crônica dos jornais sobre esses casos, não põe o nome falso dessa forma”

A decisão de Palocci foi tomada no mesmo dia em que a PF divulgou a abertura de inquérito para apurar a denúncia, publicada na última edição da revista Veja, de que autoridades do governo, entre as quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manteriam contas bancárias ilegais no exterior.

Veja sustentou que Daniel Dantas é o mentor da lista, que cita não só o presidente Lula como também o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda, os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) e o assessor especial da Presidência da República Luiz Gushiken.

Daniel Dantas teria contratado o ex-agente da Central de Inteligência Americana (CIA), Frank Holder, para investigar o governo Lula –da mesma forma que fez com a Kroll Associates, a maior empresa de investigações privadas do mundo.

Numa nota divulgada na segunda-feira, o banqueiro Daniel Dantas disse que não encomendou “nenhuma investigação de qualquer natureza sobre atividades ou pessoas do governo federal ou de qualquer autoridade”.

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