Alerta geral

Criminosos atacam agências bancárias e uma estação de metrô

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15 de maio de 2006, 11h07

Depois dos ataques à Polícia, chegou a vez de agências bancárias, agências dos Correios, ônibus e de uma estação do Metrô se tornarem alvos das ofensivas dos criminosos no estado de São Paulo. Ate às 11h30 desta segunda-feira (15/5), as informações eram de que pelo menos 14 pessoas morreram nesta madrugada, ao menos dez bancos foram atacados com tiros e coquetéis Molotov, mais de 80 ônibus foram incendiados e 46 rebeliões ainda estão em andamento, com 200 reféns.

Pela manhã, um bando armado entrou na estação de metrô Artur Alvim, Zona Leste da capital paulista, e disparou diversos tiros. A informação é de que ninguém ficou ferido. Uma residência também já foi atingida. No Rio de Janeiro, a Polícia já está em alerta para evitar ataques como os ocorridos em São Paulo.

Criminosos lançaram coquetéis em duas agências, uma do Itaú e outra do Bradesco, na Vila Olímpia, Zona Sul da capital, mas nesta última o coquetel não explodiu. Ao perceberem a presença do vigia de uma agência do Santander, criminosos deram seis tiros, mas não o acertaram. A Polícia permanecerá no local até o fim do trabalho da perícia. As informações são da Agência Estado.

Outras duas agências no bairro do Ipiranga também foram incendiadas, o Banco do Brasil na rua Bom Pastor, que está com o vidro da fachada quebrado; e o Unibanco, na avenida Nazaré, onde os criminosos quebraram o vidro de trás da agência e lançaram coquetéis Molotov.

A Polícia Militar recebeu informação de que ocupantes de um veículo dispararam uma rajada de metralhadora na fachada de uma agência do Banco do Brasil na esquina das ruas São João Clímaco e São Silvério, no bairro de São João Clímaco, também na Zona Sul.

A agência do Banco do Brasil da avenida Campanella, em Itaquera, também foi baleada. Anteriormente, por volta das 21 horas, o ataque foi em uma agência bancária, na rua do Tesouro, próximo ao Largo de Taboão, região central do município. Uma bomba incendiária foi jogada na frente do prédio. Não houve feridos.

Ônibus

Apesar de prometer um balanço mais preciso dos coletivos incendiados no domingo e na madrugada desta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros admite que só na capital teriam sido pelo menos 40 veículos: 18 na Zona Sul, 11 na Norte e 11 na Leste.

Na Grande São Paulo, foram 22 ataques a ônibus: 14 na região do ABC, três em Guarulhos, dois em Suzano, um em Itapecerica da Serra e dois em Osasco. Em Campinas, no interior paulista, também houve cinco ônibus incendiados.

Outros alvos

Uma residência da avenida Olavo Egídio de Souza Aranha, no bairro de Cangaíba, na Zona Leste da capital, foi atingida por disparos de pistolas e um automóvel Uno Mille, que estava na garagem, foi incendiado, por volta de 1h30 desta madrugada. Segundo vizinhos, ali reside um capitão da Polícia Militar.

Os policiais de plantão no 24º DP, de Ermelino Matarazzo, foram informados por testemunhas que os criminosos ocupavam um auto Passat azul. Os tiros acertaram a porta da sala e as paredes da garagem. No momento do ataques, os familiares do policial, que estava de serviço, encontravam-se na casa, mas não se feriram.

Os ataques dos bandidos acontecem ao mesmo tempo em que detentos dominam 46 penitenciárias, centros de detenção e cadeias públicas no estado de São Paulo. Desde a madrugada de sábado (13/5), cerca de 80 pessoas já morreram nos ataques, nos confrontos entre Polícia e criminosos e nas rebeliões em unidades prisionais.

A ofensiva foi deflagrada pelo PCC depois que as autoridades transferiram seus líderes para a carceragem do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, e cerca de 760 presos ligados à organização criminosa para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. A transferência foi feita justamente porque o governo estadual descobriu que o PCC planejava uma megarrebelião para este final de semana, aproveitando o Dia das Mães.

Terror na madrugada

Desde a noite de sexta-feira para sábado, os alvos dos ataques foram, primeiro, os próprios policiais (PMs, civis, guardas municipais e agentes de segurança) e suas instalações. Morreram 72 pessoas — pelo menos 40 policiais.

O segundo alvo dos bandidos foram os ônibus. Mais de 80 ônibus incendiados na Grande São Paulo, Diadema, São José dos Campos, Campinas e São José do Rio Preto. No total, foram pelo menos 160 os ataques registrados desde sexta-feira, segundo levantamento do governo estadual. Escutas telefônicas obtidas pelas polícias Federal, Militar e Civil indicam que os criminosos têm o objetivo de continuar os atentados nesta segunda-feira.

Rebeliões

A ofensiva do PCC conseguiu produzir a maior rebelião do sistema prisional da história do país. Ao todo, foram registradas rebeliões em 82 penitenciárias, centros de detenção e cadeias públicas desde a sexta-feira. Dessas rebeliões, 46 continuavam ativas.

Nesta megarrebelião, 70 das 105 penitenciárias e centros de detenção (que não incluem cadeias) paulistas chegaram a ser tomadas pelos amotinados, superando a marca de 18 de fevereiro de 2001, quando integrantes do PCC realizaram um levante em série em 25 unidades. Na ocasião, quatro cadeias públicas também foram dominadas, enquanto agora 12 estão sob controle dos presos.

Foram feitos reféns mais de 300 funcionários, além de visitantes. Em Jaboticabal, um diretor da prisão teve 70% do corpo queimado e seu estado de saúde é considerado grave.

Fórum

Na madrugada do domingo (14/5), o Fórum de Santana também foi alvo dos ataques. Um grupo que passou de carro deu vários tiros, mas ninguém ficou ferido. Há ainda a suspeita de que o Fórum Distrital de Brás Cubas (região de Mogi das Cruzes) foi atingindo por tiros. A Secretaria de Segurança Pública paulista apura o ocorrido.

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