Polícia na mira

Juiz decreta sigilo em investigações sobre ação policial

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28 de junho de 2006, 13h47

O juiz-corregedor de São Bernardo (Grande São Paulo), Luiz Geraldo Lanfredi, decretou o sigilo das investigações sobre a ação policial que frustrou o suposto ataque contra agentes penitenciários e culminou com a morte de 13 pessoas suspeitas de pertencer à facção criminosa do PCC — Primeiro Comando da Capital.

A decisão atende pedido do Ministério Público, que solicitou apenas o segredo em relação às interceptações telefônicas feitas pela polícia paulista. O juiz, porém, estendeu a decisão, impedindo o acesso a todo o inquérito. A informação é da Agência Globo.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça não informou quem teria pedido o sigilo total. A reportagem apurou que o juiz teria acolhido solicitação da Polícia. De agora em diante, somente policiais, promotores e advogados das partes poderão acompanhar o processo.

O inquérito sobre as 13 mortes irá para as mãos dos promotores Nelson dos Santos Pereira Júnior, de São Bernardo, e Carlos César de Faria Bernardi, de Diadema, já que os criminosos foram mortos nas duas cidades. Dez dos mortos tinham ficha criminal, a maioria deles por roubo e tráfico.

A Polícia informou ter requisitado na terça-feira (27/6) as fitas do circuito interno de um posto de gasolina nas quais haveria imagens da ação. Segundo o delegado seccional de São Bernardo, Marco Antonio de Paula, o aparelho que grava as imagens não funcionou.

O advogado Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, esteve na terça-feira na delegacia para solicitar os boletins de ocorrência e os laudos cadavéricos dos mortos. “A postura da Polícia não tem sido transparente. Não há nenhuma denúncia formal de excessos”, afirmou Alves.

Em depoimentos à Polícia, os cinco detidos na ação — Marlon José de Souza, Adriana Pereira Damasceno, Edgar Nogueira dos Santos, Renata Melo Dias e Simone dos Anjos — negaram participação. Todos estavam nas imediações do posto onde os agentes seriam mortos.

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