Quebra-quebra

Juízes e advogados protestam contra invasores da Câmara

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6 de junho de 2006, 19h45

O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, se solidarizou com a Câmara dos Deputados e lamentou a invasão de suas instalações ocorrida nestaterça-feira (6/6). Segundo o ministro, “mesmo em momentos de tensão política é preciso preservar o respeito às Instituições e encaminhar as reivindicações dentro das regras democráticas”.

A Ordem dos Advogados do Brasil e a Associação dos Magistrados Brasileiros também se manifestaram. As entidades consideram a invasão e o quebra-quebra na Câmara dos Deputados promovido pelos militantes do MLST Movimento pela Libertação dos Sem Terra um ato de violência e uma verdadeira anarquia.

Roberto Busato, presidente da OAB disse que a invasão foi lamentável e preocupante.Busato considerou a invasão um ato de vandalismo típico de Estado anárquico.“O Estado Democrático de Direito é de ordem e não de baderna. Não podemos admitir que um símbolo da República, que é o Congresso Nacional, a Casa das leis, seja invadido dessa forma e seja ofendida a cidadania brasileira com um ato dessa natureza,” declarou Busato.

O presidente acredita, ainda, que o que levou os manifestantes a agirem com violência foi a falta de confiança do povo em mudanças sociais e no governo em geral. E afirmou que, a grave crise ética que envolve o governo e o próprio Poder Legislativo, tem feito o país “sangrar” há mais de um ano.

Em nota, a AMB — Associação dos Magistrados Brasileiros a entidade manifestou o seu repúdio ao vandalismo do grupo contra o Congresso Nacional. E ressaltou que o fato nada tem a ver com o sentimento democrático. Para a associação a desordem nada mais é do que um ato de violência, e solicitou uma apuração isenta e rigorosa, além da punição exemplar dos responsáveis pela agressão.

No quebra-quebra, os manifestantes armados de pedaços de pau, quebraram as portas de vidro da entrada do Anexo 2, janelas, mesas, terminais de informação, armários e entraram em confronto com os seguranças da Câmara e depredaram uma exposição sobre meio ambiente. Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas

Um automóvel que seria sorteado pela Associação dos Servidores da Câmara foi virado e uma estátua do ex-governador Mário Covas, atirada longe.

Os manifestantes supostamente protestavam contra medida Provisória que proíbe a desapropriação para fins de reforma agrária de propriedades invadidas.

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