Posse com críticas

Novo secretário de Administração Penitenciária de SP toma posse

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1 de junho de 2006, 12h02

Tomou posse nesta quarta-feira (30/5) o novo secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, procurador de Justiça. A Secretaria de Administração Penitenciária estava, interinamente, nas mãos de Luiz Carlos Catirse, que substituiu Nagashi Furukawa e agora vai assessorar o novo secretário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador Cláudio Lembo (PFL) disse que a decisão foi pessoal. “Para escolher, fui procurar antigos secretários do sistema penitenciário. É muito difícil alguém aceitar a secretaria durante sete meses. Dr. Ferreira, que foi secretário do ex-governador Mário Covas, aceitou esse desafio.”

Integrante do Conselho Superior do MP paulista, o novo secretário faz oposição ao procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, o maior rival hoje do secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, na cúpula do estado.

Apesar de evitar dar detalhes sobre planos para combater rebeliões orquestradas pelo PCC — Primeiro Comando da Capital, Antônio Ferreira fez questão de mostrar que encara o assunto com urgência. Nesta quinta-feira, se reúne com diretores e coordenadores de presídios para saber os problemas do sistema, conhecer melhor o modo de atuação do PCC e discutir as estratégias para enfrentar a facção.

O secretário criticou o seu antecessor Nagashi Furukawa. Garantiu que, pelas informações que teve como conselheiro do MP, a Secretaria de Administração Penitenciária não repassou os dados necessários para que a Polícia Civil e os promotores fizessem as investigações sobre o crime organizado. Segundo ele, Polícia e Ministério Público não se omitiram.

Ferreira prometeu retirar da Penitenciária de Avaré os 28 aparelhos de TV da marca CCE que entraram no presídio com a permissão de Furukawa. A origem dos equipamentos, supostamente enviados pelo PCC, ainda está sendo investigada pela delegacia local. “Sem origem, televisão alguma entra nos presídios. Devemos seguir a lei. Não deve se dar ao preso aquilo que ele não tem direito.”

O novo secretário também discordou do tom dado por Furukawa quando afirmou que algo precisava ser feito com urgência, caso contrário o novo passo do crime organizado seria seqüestrar desembargadores e matar juízes. “Ele (Furukawa) falou em um momento de impacto emocional muito grande. Os jornais estampam o choro compulsivo dele. Devido a esse momento, alardeou mais do que acalmou as autoridades.”

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