Operação da PF

OAB do RJ quer informações sobre advogados presos em operação

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24 de julho de 2006, 11h26

O presidente da OAB do Rio de Janeiro, Octávio Gomes, quer informações sobre o suposto envolvimento de sete advogados fluminenses, já presos, em uma quadrilha acusada de beneficiar empresas através da corrupção de policiais. Ele enviará ofício à Superintendência da Polícia Federal, nesta segunda-feira (24/7), com o pedido de informações.

O caso tornou-se público, na sexta-feira (21/7), durante a Operação Cerol. A operação foi deflagrada pela Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal de Brasília para combater fraudes no recolhimento de impostos, sonegação fiscal e contrabando. Para se ter idéia da dimensão do caso, entre os detidos estavam dois ex-superintendentes da PF fluminense: José Milton Rodrigues e Jairo Kullmann.

“Quero um retrato dos acontecimentos” disse Octávio Gomes à revista Consultor Jurídico, ao lamentar a presença de advogados no escândalo. “Quando algum associado comete falta grave, para a Ordem o problema tem a dimensão da queda de um avião”, disse. Aliás, esta metáfora se transformou em realidade semana passada, quando a OAB-RJ expulsou 17 advogados de seus quadros por infrações éticas. Embora caiba recurso, a OAB nacional tem, na maioria das vezes, acompanhado as decisões dos conselhos regionais. “Isso porque os processos que saem dos Estados são robustos”, explicou o presidente da OAB do Rio.

Como o problema da falta de profissionalismo não se elimina com cirurgia ou vacinação, o conselho da OAB fluminense voltará a se reunir dia 10 de agosto. Dos 25 processos a serem analisados, 15 envolvem infrações ético-disciplinares. “Somos 120 mil advogados no Estado do Rio. A grande maioria é de pessoas honestas e sérias”, enfatizou Gomes.

De acordo com dados da OAB-RJ, desde 2001, 47 advogados foram expulsos dos quadros – muitos após terem sido suspensos três vezes por faltas graves e 12 por envolvimento com o crime organizado.

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