Júri no Embu

Três são condenados pelo assassinato de casal de namorados

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20 de julho de 2006, 10h48

Três acusados do seqüestro e morte do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé foram condenados a penas que variam entre 7 e 124 anos de prisão. A sentença condenatória, depois de dois dias de julgamento no Tribunal do Júri de Embu Guaçu (SP), foi lida pela juíza Alena Cotrim Bizzarro por volta das 3h.Os sete jurados pediram a condenação dos réus por unanimidade. Defesa e acusação devem recorrer. As informações são da Agência Globo.

Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos por auxílio no seqüestro do casal e no estupro da menor assassinada. Agnaldo Pires, acusado de estupro da jovem, foi condenado a 47 anos e três meses de prisão. Antônio Matias de Barros foi condenado a sete anos e nove dias pela acusação de seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal. Pelo atual código penal Agnaldo Pires e Antônio Caetano devem cumprir no máximo 30 anos de reclusão.

Ainda falta ser julgado um quarto acusado, Paulo César da Silva Marques, conhecido como Pernambuco. Ele deve ser julgado no mês que vem.

O quinto envolvido no caso é Roberto Cardoso, o Champinha, tido como o líder da quadrilha e mentor do crime. Na época do crime, ele tinha 16 anos. Por ser menor, ele foi para a Febem. Em novembro, ele poderá ser solto livre de qualquer responsabilidade como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente. Laudos médicos constataram que ele sofre de problemas mentais e não pode voltar a viver em sociedade, o que pode levar à transferência para um manicômio judiciário.

O crime ocorreu há quase três anos. No dia 31 de outubro de 2003, uma sexta-feira, os namorados Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Silva Caffé, de 19, saíram para acampar sem que seus pais soubessem. Ela disse à família que viajaria com alguns amigos. Os pais da garota desconfiaram quando Liana não voltou para casa no domingo, 2 de novembro.

Avisada do sumiço do casal, a polícia descobriu que os jovens foram vistos em Embu-Guaçu. Depois de mais de uma semana de buscas, a polícia localizou os corpos dos dois, a partir de informações de um menor prso. Identificado como Champinha, o menor admitiu ter participado do crime. Felipe foi morto com um tiro na nuca e seu corpo estava num córrego. Antes de ser morta com 15 facadas, Liana ficou quatro dias em poder dos criminosos e sofreu abuso sexual.

A mãe de Felipe Caffé, Lenice Caffé, que acompanhou todos os dias do julgamento dos acusados pela morte de seu filho e da namorada dele, Liana Friedenbach, afirmou que se sente aliviada com a decisão da Justiça e ficou surpresa com as penas. “Não esperava uma pena tão alta. Talvez signifique que eu possa confiar na Justiça”, disse.

O pai de Liana, o advogado Ari Friendenbach afirmou que estava vivendo um novo luto pela morte: “Foi uma pena adequada pelo crime cometido. É um exemplo para a sociedade que alguém tem que pagar pelo que faz”, afirmou

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