Caso Richthofen

Advogados de Suzane decidem se vão pedir nulidade do júri

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20 de julho de 2006, 17h37

Os advogados de Suzane von Richthofen vão se reunir, nesta quinta-feira (20/7), para decidir se pedem ou não a nulidade do júri. A argumentação poderá ser embasada no abraço de Astrogildo Cravinhos no filho Cristian no fim do depoimento de quarta-feira (19/7). O depoimento foi marcado por emoção. Além de Cristian, alguns presentes choraram. Astrogildo subiu ao plenário para abraçar o filho, que mudou suas declarações após um acordo com o Ministério Público para ter a pena reduzida.

Segundo Mário Sérgio de Oliveira, um dos advogados de Suzane, a defesa irá analisar se a cena comoveu o júri. Se chegar a conclusão que isso pode influenciar o conselho da sentença, a nulidade será pedida logo no começo da sexta-feira (21/7) – dia da decisão.

Mauro Nacif, outro advogado de Suzane, já deixou claro que essa não é a posição dele, mas dos colegas Denivaldo Barni e de Mário Sérgio de Oliveira. Na quarta-feira, ele próprio retirou a reclamação feita no plenário quando a cena aconteceu por entender que Astrogildo foi movido por emoção.

Mas se não pedirá por um motivo, Nacif promete requerer a nulidade se tiver menos de duas horas e meia de sustentação oral. “Pode ter certeza que se eu só tiver 29 minutos e 59 segundos para defender minha cliente esse júri estará anulado”, afirma.

O juiz aposentado, Luiz Flávio Gomes, professor e doutor em Direito Penal, assistiu a cena no plenário. “O abraço não é motivo para pedir a nulidade do júri. Um argumento como esse é inválido”, avalia.

Acusação

Suzane, Cristian e Daniel são acusados pelo assassinato dos pais dela. Os três foram denunciados pelo Ministério Público por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Christian Cravinhos, especialmente, também responde por furto no mesmo processo. O crime aconteceu em outubro de 2002.

A estratégia traçada pela defesa dos irmãos Cravinhos é a de que foi Suzane quem arquitetou o plano. Os advogados da jovem afirmam o contrário: para eles, Suzane sempre foi inocente e não poderia ter planejado o assassinato dos pais porque se relacionava muito bem com eles.

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