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Tecnicalidades a granel: Defesa de Suzane vai pedir nulidade

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18 de julho de 2006, 1h42

Um argumento processual pode anular o Tribunal do Júri de Suzane von Richtofen e dos irmãos Christian e Daniel Cravinhos. A alegação é de que como o júri está sendo feito com réu e co-réus, o tempo de defesa de Suzane no plenário deveria ser diminuído em meia hora.

O argumento deve ser analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em recurso de apelação. Se aceito pelos desembargadores, será marcada nova data para a realização do júri.

“Tudo depende do andamento do processo no plenário do Júri. Se me cederem os trinta minutos, não vou pedir a nulidade. Caso contrário, o próximo passo é ir ao TJ paulista. Afinal, não sou o príncipe das nulidades, mas o rei delas. É assim que gosto de ser chamado”, diz Mauro Octávio Nacif, um dos advogados de defesa de Suzane, responsável principalmente pela sustentação oral.

Um dos advogados de defesa dos irmãos Cravinhos, Geraldo Jabur, não concorda com a posição do colega. “Não há fundamento técnico processual para isso. Vamos dar um passo de cada vez. Até este momento, não vejo qualquer cerceamento de defesa ou qualquer outra alegação processual penal para a anulação do júri. Muito pelo contrário. Quem mais teve regalias, até hoje, foi a ré Suzane”, disse Jabur.

O raciocínio de Geraldo Jabur é acompanhado pelo assistente de acusação, Alberto Zacharias Toron. “Até agora, não vimos nada, nem nos depoimentos, nem nos autos, que justifique a nulidade do júri”, afirmou.

Esta parece ser também a posição do Ministério Público. Os promotores Nadir de Campos Júnior e Roberto Tardelli disseram que vão fazer de tudo para que não haja outro júri, inclusive ceder o tempo deles para a sustentação oral de Mauro Octávio Nacif.

No plenário

O primeiro dia do julgamento da ex-estudante de Direito, Suzane von Richtofen, e dos irmãos Christian e Daniel Cravinhos, no fórum criminal da Barra Funda, em São Paulo, começou pouco depois das 14h e foi suspenso às 23h30. O plenário retoma os trabalhos nesta terça (18/7), às 10h. Nesta segunda fase, deve começar a leitura dos autos. Depois, iniciam-se os depoimentos das testemunhas arroladas.

Os três são acusados de planejar e matar os pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, na casa em que a família vivia, na zona sul. Suzane, Cristian e Daniel estão presos. Foram denunciados pelo Ministério Público por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Cristian Cravinhos, especialmente, também responde por furto no mesmo processo.

A estratégia traçada pela defesa dos irmãos Cravinhos é de que foi Suzane quem arquitetou o plano. Os advogados de Suzane afirmam o contrário: para eles, Suzane sempre foi inocente e não poderia ter planejado o assassinato dos pais, porque se relacionava muito bem com eles.

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