Olho na pista

CBAt não punirá atleta condenado por assédio sexual

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25 de fevereiro de 2006, 7h00

Condenado a seis anos de prisão por assédio sexual, o corredor Vicente Lenilson, prata no revezamento 4x100m em Sydney, em 2000, não sofrerá qualquer punição da Confederação Brasileira de Atletismo. O secretário-geral da entidade, Martinho Santos, afirmou que como o atleta recebe benefício apenas por sua performance nas pistas, a CBAt continuará lhe pagando um prêmio mensal em dinheiro.

A entidade considera que a situação é distinta da ocorrida com Zequinha Barbosa. Em 2004, o ex-campeão mundial de atletismo teve seu nome excluído do projeto Heróis do Atletismo — que lhe rendia bolsa financeira — ao ser condenado pela Justiça de Mato Grosso do Sul por abuso sexual contra adolescentes.

“A situação é diferente, pois o programa com Zequinha vinculava a imagem dele com a da CBAt e a da Caixa Econômica Federal. Nós e a CEF patrocinávamos a ida do fundista às escolas do ensino fundamental, onde lhe cabia incentivar crianças à prática do esporte”, observou Marinho, em entrevista à revista Consultor Jurídico.

O programa Atletas de Alto Nível, do qual Lenilson faz parte, vai receber da confederação R$ 900 mil este ano, verba extraída do patrocínio anual de R$ 9 milhões dados pela CEF. Para permanecer no projeto, o esportista passará por provas de avaliação constantes até dezembro. Caso não obtenha índices previamente estabelecidos, aí sim ele será excluído.

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