Execução de Saddam

Países e Hamas repudiam morte por enforcamento de Saddam

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30 de dezembro de 2006, 9h55

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein morreu enforcado em Bagdá, na manhã deste sábado (30/12). O Tribunal Especial Iraquiano o considerou culpado pela morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982. A Igreja Católica e o grupo islâmico Hammas condenam a execução. A União Européia e países como Rússia e Índia também. As informações são do portal de notícias G1, da Globo.com.

Afirmaram que os pedidos de clemência internacionais foram ignorados. Os indianos dizem que o enforcamento de Saddam vai dificultar o processo de paz e reconciliação nacional no Iraque.

A condenação mais veemente no mundo ocidental veio do Vaticano. O padre Federico Lombardi, porta-voz do estado papal, declarou que a execução pode alimentar um espírito de vingança e ser fonte de mais violência. “É motivo de tristeza, mesmo que se trate de uma pessoa culpada de crimes graves. A posição da Igreja Católica, que é hostil à pena de morte em todas as circunstâncias, deve ser reafirmada”, disse o padre.

O grupo islâmico Hamas, força política dominante na Palestina, condenou duramente a execução. “O enforcamento de Saddam Hussein é um assassinato político que viola todas as leis internacionais que protegem os prisioneiros de guerra. Saddam Hussein era um prisioneiro de guerra”, afirmou o porta-voz Fawzi Barhum.

Ele condenou também o processo “injusto” contra o ex-ditador e a escolha da data de execução, pouco antes do início das celebrações da festa muçulmana do Eid al Adha, em que se comemora a disposição de Abraão de sacrificar seu próprio filho a Alá. “O enforcamento ocorreu no dia do Aid e isso é uma mensagem para as ruas árabes: os americanos lançaram ameaças a todos os árabes”, sentenciou.

Aprovação

Responsável pela coalizão que tirou Saddam do poder, o presidente norte-americano George W. Bush declarou que, apesar de não acabar com a violência no Iraque, é uma etapa importante para a construção de um país democrático e auto-suficiente e “capaz de se tornar um aliado na guerra contra o terrorismo”.

Já os xiitas e curdos do Iraque, perseguidos durante as décadas do domínio de Saddam, dispararam tiros para o ar em sinal de festa. Nas províncias de Basra e Diwaniya, cujos habitantes são principalmente xiitas, centenas de pessoas saíram às ruas para distribuir alimentos, como mostra de alegria segundo a tradição local.

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, entendeu que com a morte de Saddam foi feita justiça em nome do povo iraquiano. Para ele, “trata-se de uma lição para todos os déspotas que cometem crimes contra seu próprio povo.”

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