Furacão Katrina

EUA investiga falta de licitação para reconstruir New Orleans

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27 de dezembro de 2006, 11h08

O dinheiro público usado na recuperação da área atingida pelo furacão Katrina, que devastou New Orleans em agosto de 2005, está sendo alvo de investigação pelo Ministério Público. A suspeita é de que o governo não fez licitações para contratar empresas para as obras de reconstrução.

No mês de janeiro, será divulgada auditoria que examinou contratos avaliados em US$ 12 bilhões. Segundo autoridades federais, foram favorecidas politicamente nesses contratos “pequenas empresas, que inicialmente levariam uma porcentagem de 1,5% de lucro sobre o total de cada contrato”.

“Com base nesse levantamento, não me surpreenderia ver a confirmação de pelo menos US$ 1 bilhão em desperdício”, avaliou Clark Kent Ervin, que foi inspetor-geral da autarquia Homeland Security Department entre 2003 e 2004.

Sob pressão, David Paulison, diretor da agência que cuida da alocação de verbas de emergência — a Federal Emergency Management Agency — concordou em rever alguns acordos.

O Katrina destruiu, em 29 de agosto de 2005, boa parte do sul da Louisiana, Mississippi e Alabama. Só em New Orleans, 1,3 mil pessoas morreram. No início deste mês, o governo disse que a verba inicial para recuperar as cidades atingidas era de apenas US$ 1 bilhão. Agora, com a vitória da oposição a Bush nas casas legislativas, os democratas já dizem que pelo menos sete comitês diferentes investigarão um valor que acreditam ser muito mais alto.

Dados preliminares divulgados mostram, por exemplo, que as empresas Shaw Group, Bechtel Group, CH2M Hill Companies e Fluor Corp teriam obtido contratos, sem licitação, no valor de US$ 400 milhões. Uma subsidiária da Fluor, a Del-Jen, doou mais de US$ 930 mil a candidatos republicanos em 2000.

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