Informações sob sigilo

Vice dos EUA é intimado a depor sobre vazamento de informações

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21 de dezembro de 2006, 11h37

O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, foi intimado a depor como testemunha de defesa de I. Lewis Libby, seu ex-chefe de gabinete, no processo sobre vazamento de informações da CIA, a central de inteligência americana. Libby é acusado de perjúrio e obstrução de Justiça na ação que apura vazamento proposital do nome de uma agente secreta.

Na semana passada o procurador especial Patrick Fitzgerald disse que não esperava que “membros do governo Bush resistissem a intimações judiciais para depor”. As informações são do site Findlaw.

O ex-chefe de gabinete de Cheney, I. Lewis “Scooter” Libby, tem sido acusado de mentir a investigadores sobre informações que teria dado a repórteres sobre uma ex-agente da CIA, Valerie Plame. A identidade dela foi revelada a repórteres assim que seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, publicamente criticou os serviços de inteligência da administração Bush no período pré-invasão do Iraque.

A ex-repórter do The New York Times, Judith Miler, e o ex-chefe da sucursal de Washington da NBC News, Tim Russert, são apontados como potenciais testemunhas da promotoria. I. Lewis Libby quer obter judicialmente uma fita de Bob Woodward, repórter do The Washington Post, em que ele entrevista o ex-secretário de estado Richard Armitage. Na fita, Armitage dá detalhes sobre o vazamento das informações sobre a agente Valerie.

A crônica judicial desse tipo de caso mostra que presidentes dos Estados Unidos como Bill Clinton e Gerald Ford já testemunharam em cortes criminais, mas historiadores apontam que não há precedentes na crônica do país de vice-presidentes terem prestado depoimentos criminais. O pai do presidente George W. Bush, o também presidente George H.W. Bush, chegou a ser acionado para depor no escândalo de venda de armas ao Irã, nos anos 80, no julgamento do coronel Oliver North. Bush era vice-presidente de Ronald Reagan. Mas quando sua intimação chegou, ele já era presidente do país. E não foi depor.

Nesta quarta-feira (20/12), a juíza do caso, Reggie Walton, avaliou que o julgamento vai expor bastidores da pré-invasão do Iraque.

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