Esquema PC

MPF recorre de absolvição de Zélia Cardoso de Mello

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15 de agosto de 2006, 21h57

O Ministério Público Federal recorreu da decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que absolveu a ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello da acusação de corrupção passiva por suposto envolvimento no esquema PC Farias. O esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos foi comandado pelo empresário Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello. As informações são da Agência Estado.

Acusada de ter recebido R$ 514 mil do esquema, em valores atuais, para pagamento de despesas pessoais e da reforma de sua casa, Zélia foi absolvida por insuficiência de provas. Ela foi ministra do governo Collor de 1990 a 1992.

O procurador regional da República Alexandre Espinosa apresentou recurso contra a absolvição nesta segunda-feira (14/8). Para Espinosa, há ligação entre o reajuste de tarifa dos transportes coletivos, concedido por Zélia, e depósitos da Associação Nacional das Empresas de Transporte Coletivo Interestadual e Internacional de Passageiros (Rodonal) nas contas correntes de PC Farias.

Há também, para o procurador, conexão com transferências de dinheiro de PC para a conta do assessor particular de Zélia, além do pagamento da reforma da residência e de viagens particulares da ex-ministra. O aumento das tarifas, conforme Espinosa, teria rendido a Rodonal cerca de US$ 3 milhões.

Zélia já havia sido condenada a 13 anos e quatro meses de reclusão, mas o TRF-1 entendeu que não existem provas contundentes do envolvimento dela no esquema.

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