Leão no Corinthians

Advogados entram em campo para colocar Leão no Corinthians

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15 de agosto de 2006, 21h21

Nada menos que cinco advogados de dois dos maiores escritórios de advocacia do país, além da assessoria jurídica do próprio clube — este foi o corpo jurídico mobilizado para a assinatura do contrato entre o treinador Emerson Leão e o Corinthians mais seu parceiro, o fundo de investimentos internacional MSI.

O novo técnico do time escalou para representá-lo nas negociações os advogados Ivandro Sanchez, Sólon Cunha e Rodrigo Takano, do Machado, Meyer, Sendacz e Opice. Do seu lado, o Corinthians alinhou um time de advogados de seu próprio departamento jurídico e de outra potência da advocacia, o Veirano Advogados.

“Hoje em dia jogadores e técnicos já não podem se assessorar com a família ou com os amigos apenas”, diz o advogado Sólon Cunha, que já assessora Leão há oito anos. “Pela complexidade do contrato a negociação exige uma assessoria profissional e especializada”.

Sólon Cunha, por exemplo, é o chefe do departamento trabalhista do Machado Meyer. Ele, que levou Leão para o escritório, levou do escritório para a negociação o especialista em direito esportivo e coordenador do departamento Ivandro Sanchez.

As negociações se estenderam por dois dias antes da assinatura do contrato na sede do escritório, na tarde desta terça-feira. Tendo como marco legal a CLT e a lei que regulamenta a profissão de técnico de futebol, o contrato prevê questões também na área de Direito esportivo, de imagem e de direito tributário. “Por isso mesmo, a assessoria corporativa é capaz de dar maior respaldo ao cliente”, diz Cunha.

O valor dos salários, outra peculiaridade que é um diferencial nos contratos de trabalho esportivos, não foi revelado mas a imprensa especializada fala em algo como R$ 400 mil mensais.

Embora o emprego de técnico tenha como característica básica ser efêmero, o contrato de Leão, por exigência do Corinthians, tem prazo de validade de dois anos. Em caso de rescisão antecipada, a parte culpada paga uma indenização em valor compatível com o do contato.

Pelo contrato, o técnico tem de cumprir algumas exigências como não fazer publicidade para concorrentes dos patrocinadores do time e usar o uniforme do clube. Menos mal que o advogado não está sujeito a esta regra. Sólon Cunha não ficaria à vontade dentro de uma camisa do Corinthians. Ele é torcedor do São Paulo.

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