Primeiro preso

Polícia prende um dos suspeitos de matar juiz no Rio de Janeiro

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4 de agosto de 2006, 13h08

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta sexta-feira (4/8) um dos suspeitos pelo assassinato do juiz José Maria de Mello Porto, do Tribunal Regional do Trabalho fluminense. Os agentes chegaram ao traficante Romarinho por uma denúncia anônima. Ele foi detido com uma metralhadora.

O juiz foi morto nesta quinta à noite, por pelo menos oito bandidos, divididos em dois carros. A arma da vítima e o rádio transmissor que costumava usar desapareceram. Foram encontrados no local do crime, na Avenida Brasil, dois celulares, um relógio rolex de ouro, R$ 4,7 mil e US$ 120, além de cheques e cartões de crédito.

Mello Porto era uma figura polêmica do Judiciário fluminense. Chegou a ensaiar sua candidatura ao governo do estado do Rio ao tempo em que era presidente do TRT e estabeleceu uma longa história de disputas judiciais com jornalistas. Moveu ações contra a colunista Danuza Leão e o jornalista Orlando Carneiro, ambos então no Jornal do Brasil, e contra Marcelo Auler, à época em O Dia.

Processou também os procuradores da República que investigaram sua gestão à frente do TRT-RJ e chegou a prestar depoimento na CPI do Judiciário sobre supostas irregularidades na construção de prédios da Justiça do Trabalho no Rio.

Presidente do TRT entre 1992 e 1994, Mello Porto era primo do ex-presidente Fernando Collor e do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior eleitoral Marco Aurélio. Na quarta-feira, participou de reunião da Sessão Especializada do tribunal, entre 13h e 16h45, durante a qual foram julgados 63 processos em dissídios individuais.

Ao final, quando deixava a sala, sua toga esbarrou num copo de água, que apesar de ter caído num grosso carpete e a menos de 60cm do chão, espatifou-se por completo. Ele virou-se e saiu sem fazer comentários, indo para sua sala.

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ronaldo Lopes Leal, divulgou nota lamentando a morte do juiz. “Deploramos o assassinato de um juiz do Trabalho, fuzilado numa região perigosa do Rio de Janeiro. Essa situação não pode continuar. Como presidente do Tribunal Superior do Trabalho, peço às autoridades estaduais o máximo de rigor nas investigações de um crime que choca não só a magistratura trabalhista brasileira, bem como toda a sociedade”, afirmou.

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