Operação Cerol

Delegado da PF exclui nome das investigações da Operação Cerol

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2 de agosto de 2006, 15h43

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo) atendeu pedido de Habeas Corpus determinando que o nome do delegado da Polícia Federal Roberto Precioso Júnior seja retirado das investigações geradas a partir da Operação Cerol da própria Polícia Federal.

A Operação Cerol investiga um suposto esquema de corrupção, que geraria ganhos de R$ 50 mil mensais pagos por indústrias de cerveja a superintendentes da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Foram presos 17 acusados, entre eles delegados federais.

A decisão em favor de Roberto Precioso Junior, atual secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, reconhece que não existem provas de que cervejarias teriam custeado a festa de posse de Precioso na Secretaria. Da defesa de Precioso o TRF-2 reconheceu como incontestável prova documental de que a Associação Federal de Polícia havia custeado alguns gastos na festa de posse do delegado federal, e não as cervejarias investigadas.

De posse desse HC, Roberto Precioso parte, na próxima semana, para ações cíveis e criminais contra órgãos de imprensa que estamparam sua foto conectada à história dos delegados levados para trás das grades.

Na operação Cerol consta relato da juíza federal Ana Paula Vieira de Carvalho, autora dos mandados de prisão, de que teriam se beneficiado do esquema os principais responsáveis pela segurança do Estado do Rio nos últimos 8 anos.

Os citados na denúncia foram os ex-superintendentes Marcelo Itagiba, ex-secretário de Segurança Pública e atual candidato a deputado federal pelo PMDB; Roberto Precioso Júnior, atual secretário de Segurança, e José Milton Rodrigues, que chegou a ser internado no Hospital Pró-Cardíaco, após uma crise coronariana no dia de sua detenção.

A juíza falou da “caixinha” ao relatar o envolvimento de um dos sócios da Cervejaria Petrópolis, Paulo Henrique Vilela Pedras, um dos presos, e também investigado na Operação Cevada, que apura a sonegação de impostos por algumas fábricas de bebida do Rio.

Segundo relato da juíza, “quanto a Paulo Henrique, o Grupo de Controle Externo do Ministério Público Federal recebeu uma denúncia, devidamente formalizada e assinada, que o aponta como sendo um suposto negociador de cervejarias para ‘resolver’ as apurações criminais de sonegação fiscal”.

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