Confusão no estacionamento

Advogada reclama de constrangimento no Fórum Trabalhista

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29 de abril de 2006, 7h00

Enquanto não são disponibilizadas aos advogados as 300 vagas no estacionamento do Fórum trabalhista de São Paulo os ânimos se acirram em busca de um lugar para parar o carro.

Foi o que aconteceu na última terça-feira (25/4). A advogada Gilda Figueiredo Ferraz de Andrade diz ter passado por uma situação vexatória ao sair do Fórum Trabalhista de São Paulo. Por isso, lavrou um boletim de ocorrência no 4º DP de São Paulo, alegando constrangimento ilegal.

A advogada conta que chegou ao estacionamento do Fórum Trabalhista antes das 9h30 e estacionou seu carro. A vaga que ocupou, segundo ela, “não tinha nenhum aviso de proibição, não era destinada a portadores de deficiência e tampouco estava obstruindo a entrada ou saída de outros carros”.

Segundo Gilda, antes de estacionar o veículo, os seguranças lhe deram um crachá cor de rosa, privativo de advogados. A advogada sustenta que o crachá recebido na entrada do estacionamento só é fornecido se há vagas disponíveis para que os advogados possam parar o carro.

Ao retornar ao veículo, conforme o boletim de ocorrência que registrou, a advogada teria sido surpreendida por um carro estacionado atrás do seu impedindo a sua saída, além de seguranças ao redor dele e um representante da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil.

Gilda contornou a situação e saiu com o carro da vaga. No entanto, ao subir a rampa se deparou com dois cones que impediam a saída para a rua. Foi, então, segundo seu relato, abordada por um segurança que informou ter ordem da diretoria para detê-la. Enquanto a advogada tentava falar, por celular, com a presidência, o segurança entrou em contato com superiores que deram a ordem: “Pode liberar a advogada”.

Na versão do tribunal, o entrevero com a advogada ocorreu porque ela teria estacionado o carro em local proibido. Em nota oficial, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, juíza Dora Vaz Treviño, informou que às 9h30 do dia 25 de abril, momento em que a advogada estacionou o seu carro, “todas as vagas do estacionamento reservadas aos advogados estavam ocupadas”. Ainda, de acordo com a nota, ao tentar sair do estacionamento, Gilda “reagiu de forma temerária, pondo em risco a própria vida e a dos seguranças que estavam apenas cumprindo a sua função”.

O Fórum Trabalhista de São Paulo recebe diariamente cerca de 13 mil pessoas e centenas de veículos de juízes, servidores e advogados. O aumento no número de vagas no estacionamento é uma antiga reivindicação dos advogados.

Para tentar resolver a situação, a seccional paulista da OAB e a Aasp — Associação de Advogados de São Paulo fizeram um convênio com o TRT-2 para que as 300 vagas do 4º subsolo do Fórum fossem destinadas aos advogados. No entanto, o convênio ainda não saiu do papel.

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