Governo eletrônico

Brasil é representado no congresso mundial de informática

Autor

  • Hugo Cesar Hoeschl

    post doc em governo eletrônico professor da UFSC. É também ex-secretario de Geração de Oportunidades de Florianópolis. Especialista em Informática Jurídica doutor em Inteligência Aplicada e pós-doutor em Governo Eletrônico. Ex-Promotor de Justiça e ex-Procurador da Fazenda Nacional.

5 de abril de 2006, 13h41

A Ifip — Federação Internacional de Processamento de Informações promove, a cada dois anos, um encontro mundial científico e técnico com o objetivo de reunir as últimas inovações internacionais em termos de tecnologia da informação e comunicação. Trata-se do World Computer Congress, ou Congresso Mundial de Informática. Sua última edição aconteceu em Toulouse, na França, em 2004, onde foram apresentados, por exemplo, o webcar da Mercedes e o sistema de navegação do Airbus A380 (o maior avião do mundo).

A edição de 2006 será em Santiago, no Chile, onde, além da apresentação de inovações tecnológicas, também serão discutidos temas como cidadania digital, inteligência artificial, novas técnicas de segurança de dados, evolução histórica das novas tecnologias e aplicações pedagógicas da informática, entre outros assuntos. A boa notícia é que um grupo de pesquisadores do Brasil teve um significativo número de trabalhos selecionados para apresentação e publicação no evento, num total de seis pesquisas selecionadas na área de Inteligência Artificial (TC12) e no Symposium on Professional Practice in Artificial Intelligence.

A outra boa notícia é que essas pesquisas estão focadas exatamente no desenvolvimento de ferramentas para a ampliação da cidadania. Embora ainda não tenham sido divulgadas as estatísticas oficiais, é grande a probabilidade da equipe de brasileiros ter ficado em primeiro lugar mundial nos indicadores quantitativos globais do WCC, superando instituições tradicionais como, por exemplo, a Nasa, que participa com regularidade do evento, além das mais prestigiadas universidades americanas e européias.

Inseridos entre os aspectos mais importantes a serem discutidos em Santiago, estão as formas digitais de interação entre Estado e cidadãos e as alternativas de exercício de poder delas decorrentes. Não há poder sem informação, e a principal pesquisa do grupo de cientistas brasileiros está focada exatamente nesse aspecto. O trabalho intitulado “Inteligência Artificial e Gestão do Conhecimento”, desenvolvido pelos pesquisadores do Ijuris — Instituto de Governo Eletrônico, Inteligência Jurídica e Sistemas, relata uma série de pesquisas desenvolvidas em solo nacional nos últimos 15 anos, cujo objetivo é fortalecer a relação informacional do cidadão com o Estado, culminando na geração de ferramentas inteligentes.

Nesse contexto, destaca-se o Ontoweb, desenvolvido pelo grupo e caracterizado como uma inovadora ferramenta semântica de gestão do conhecimento online, eis que monitora fontes governamentais de informação digital e permite análises e diagnósticos sobre as ações de governo, com base nas informações relatadas pelas próprias fontes oficiais.

O Ontoweb também é o foco central de outros três trabalhos aprovados pela equipe do Ijuris no WCC. O projeto foi lançado no início de fevereiro de 2006 e já recebe acessos de mais de 30 países diferentes, de todos os continentes, mesmo sendo integralmente construído em português. Ele está referenciado na pesquisa brasileira como uma nova e consistente alternativa de fortalecimento da cidadania, além de atuar também como ferramenta de busca de informações, sendo considerado, atualmente, como o estágio mais avançado das pesquisas desenvolvidas pelo grupo de brazucas, o qual já conta com mais de 150 trabalhos científicos publicados internacionalmente.

As comunicações de aprovação vieram assinadas pelos professores Max Bramer, PhD da University of Portsmouth, na Inglaterra, e John Debenham, da University of Technology, de Sydney, na Austrália. O fato coincide com o momento em que o Ontoweb passou a ser referenciado pela Wikipedia, a maior enciclopédia colaborativa online do mundo, confirmando a qualidade da pesquisa feita no Brasil.

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    post doc em governo eletrônico professor da UFSC. É também ex-secretario de Geração de Oportunidades de Florianópolis. Especialista em Informática Jurídica, doutor em Inteligência Aplicada e pós-doutor em Governo Eletrônico. Ex-Promotor de Justiça e ex-Procurador da Fazenda Nacional.

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