Caso Maluf

Delegado do caso Maluf ofereceu “presente”, diz doleiro Birigüi

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22 de setembro de 2005, 12h09

Interceptações telefônicas das investigações contra o ex-prefeito Paulo Maluf e seu filho Flávio, em posse da Justiça Federal, revelam uma conversa entre Vivaldo Alves, o Birigüi, e outro doleiro. Na conversa gravada pela Polícia Federal em 11 de julho, Birigüi dá a entender que o delegado Protógenes Queiroz, que presidiu o inquérito, teria oferecido vantagens para que ele incriminasse a família Maluf.

Paulo e Flávio Maluf foram presos por motivos semelhantes, porque teriam oferecido vantagens para que Birigüi não os incriminasse. Para a defesa de Maluf, as gravações demonstram que o doleiro foi pressionado para depor contra os investigados em troca de se livrar da acusação. Apesar de ter sido denunciado pelo Ministério Público, o doleiro não havia sido indiciado pela PF.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Birigüi afirma que ganharia proteção do delegado caso atribuísse a Maluf movimentações financeiras que o ex-prefeito não fez: “Do delegado, ele terminou dizendo pra mim: ‘olha, no final, eu vou acabar te dando um presente, entendeu. Eu falei, mas é material? E ele falou, ‘lógico que não’. Entendi que ele vai me aliviar no inquérito”.

Noutro trecho, Birigüi diz que o delegado o ajudaria em seus negócios de câmbio: “À determinada altura eu falei ó… eles acabaram com meu negócio lá no shopping. Sabe o que o delegado falou pra mim? Pode fazer o teu negócio lá que ninguém vai te incomodar”.

Procurado pela reportagem da Consultor Jurídico, Protógenes Queiroz, por meio da assessoria de imprensa do Departamento da Polícia Federal, afirmou que “houve um acerto com o doleiro para a delação premiada, tanto que o Ministério Público pediu para a juíza observar a colaboração feita por Vivaldo Alves”. Mas afirmou que “não houve qualquer pressão no sentido de direcionar o depoimento do réu”.

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