Massacre de dekasseguis

Juiz decreta prisão de suspeito de assassinar família de nisseis

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13 de setembro de 2005, 19h31

O juiz Evandro Takeshi Kato, do Departamento de Inquéritos Policiais de São Paulo, decretou a prisão provisória por 20 dias de Ricardo Francisco dos Santos, acusado de roubar e assassinar cinco pessoas da família Yokenura (ou Yonekura) na periferia de São Paulo, no último sábado (10/9). O juiz autorizou também a busca e apreensão na casa do acusado de objetos roubados ou usados no crime. O pedido foi apresentado pela polícia de São Paulo com parecer favorável do Ministério Público do Estado.

Em seu despacho o juiz afirma que há indícios suficientes da autoria do crime, já que o acusado foi reconhecido por W.J.Y., um dos sobreviventes da chacina. “A prisão temporária justifica-se por ser imprescindível ao esclarecimento dos fatos”, bem como a “medida de apreensão do instrumento do crime (arma de fogo) e objetos subtraídos das vítimas”.

O juiz esclarece que “fica a autoridade pessoalmente responsável pela preservação da imagem do representado no cumprimento da prisão temporária” e determina que a operação de busca “deverá ser feito sem acompanhamento de imprensa.

Dólares do Japão

No sábado, dois homens armados invadiram a casa da família Yokenura, na Zona Leste de São Paulo. A família estava reunida para comemorar a chegada de dois irmãos, depois de uma estada no Japão, onde trabalhavam como dekassegui. Além dos dois estavam na casa seus pais Tadashi e Futaba Yokenura, a irmã Fátima e mulher de W.J.Y., Érika e seu filho recém-nascido.

Durante sete horas, os dois invasores ameaçaram e torturaram os membros da família em busca dos dólares do Japão. Reviraram a casa e encontraram US$ 5 mil dólares que roubaram. Ao final assassinaram a tiros e a pauladas um a um dos membros da família. W.J.Y. levou pauladas na cabeça, perdeu a consciência mas sobreviveu. O bebê foi poupado.

A polícia partiu da suspeita de que os autores do crime conheciam a família Yokenura, já que sabiam da chegada dos irmãos do Japão, trazendo dólares. No hospital onde se recupera dos ferimentos recebidos, W. contou à polícia que enquanto estava refém dos assassinos, seu pai Tadashi reconheceu um dos criminosos e chamou-o pelo nome: “Ricardo”. Trata-se de um amigo de infância de Nilton Yokenura, um dos mortos no massacre.

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