Prisão preventiva

Paulo e Flávio Maluf se apresentam à PF e são presos

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10 de setembro de 2005, 1h13

O ex-prefeito paulistano Paulo Maluf se entregou espontaneamente na primeira hora deste sábado (10/9) à Polícia Federal. Mais tarde, por volta de 8h30, Flávio, filho de Maluf também chegou algemado à sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo. A juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decretou na noite de sexta-feira a prisão preventiva dos Maluf, que são acusados de intereferir nas investigações de que são alvos.

O advogado de Paulo e Flávio Maluf, José Roberto Batochio disse que a defesa não teve acesso aos autos e não tem conhecimento dos termos da ordem de prisão despachada pela juiza federal. Como o cartório da vara só abre na segunda-feira, Batochio acredita que os Maluf devem passar o fim de semana na prisão.

Como os advogados já apresentaram à juiza de primeira instância a defesa prévia de Paulo e Flávio Maluf com base na fundamentação do pedido de prisão apresentado pelo delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, Batochio acredita que deverá ser apresentado um recurso ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

O advogado reclamou do fato de Flávio Maluf ter sido conduzido algemado à Superintendência da Polícia Federal. Segundo Batocchio, Flávio se apresentou num heliponto da capital paulista, às 8 horas da manhã, conforme acordo prévio feito com a polícia. Ainda assim, foi algemado tão logo entrou no carro da polícia. “Foi um absurdo e um gesto de degradação pública”, lamentou Batochio.

Quando soube da decretação da prisão Flávio estava em uma fazenda da família, em Dourado, no interior de São Paulo. Já paulo Maluf, que se encontrava em sua casa de Campos de Jordão, não passou pelo constrangimento das algemas. O ex-prefeito, que também havia combinado de se entregar ás 8 horas da manhã, se antecipou e se apresentou na sede da Polícia Federal por volta de 0h30. Estva muito abatido, mas sem algemas.

Em denúncia que apresentou à Justiça, o Ministério Público Federal deu parecer favorável ao pedido de prisão preventiva por coação de testemunhas, feito pela Polícia Federal. O pedido baseou-se em alegados indícios de ocultação de provas, suborno de testemunhas e na capacidade dos investigados de interferir e prejudicar as investigações.

A juíza Silvia Maria aceitou na íntegra a denúncia do Ministério Público contra Paulo e Flávio Maluf, Simeão Damasceno, ex-diretor da empreiteira Mendes Júnior, e o doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi. Maluf é acusado de montar um esquema de desvio de dinheiro de obras públicas para o exterior, durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo, de 1993 a 1996.

Segundo o procurador da República Pedro Barbosa, os acusados vão responder por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha.

Vivaldo Alves não havia sido indiciado pela Polícia Federal, mas não escapou do Ministério Público. O procurador, contudo, recomendou que a juíza observe se o doleiro mantém o depoimento prestado à Polícia, para que receba os benefícios da delação premiada.

Em depoimento, o doleiro afirmou que operava contas bancárias da família Maluf em Nova Iorque e que foi procurado por Flávio às vésperas de depor. Flávio teria pedido que o doleiro não contasse nada que pudesse comprometer o ex-prefeito. Segundo a defesa de Maluf, a proposta foi feita no sentido contrário. O doleiro teria procurado Flávio pedindo US$ 5 milhões para não revelar informações sobre a família.

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