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Jornalistas cobram de Maluf entrega do dinheiro encontrado

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18 de outubro de 2005, 14h47

Os jornalistas Rui Martins e Jean Noel Cuenod, que cobriram in loco o caso das contas do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf na Suíça, cobrarão em ato público marcado para novembro, em Genebra, a promessa do ex-prefeito de entregar o dinheiro das contas “a quem o encontrar”.

Os jornalistas querem o dinheiro que, segundo eles, restou nas contas suíças. Eles prometem doar o valor a alguma entidade brasileira com trabalho reconhecido no combate à desigualdade social.

Rui Martins vive há mais de vinte anos em Genebra e acompanhou todo o caso da revelação das contas e das investigações pelas autoridades européias e brasileiras. Martins foi repórter correspondente na Europa da rádio CBN e trabalhou com o seu colega suíço Cuenod, no jornal Tribune de Genève, na cobertura do caso Maluf.

O importante jornal de Genebra foi primeiro a noticiar, no exterior, o caso Maluf, em setembro de 2001, logo após o serviço de controle financeiro suíço ter informado o Coaf — Conselho de Controle de Atividades Financeiras brasileiro sobre a existência de contas do ex-governador e ex-prefeito de São Paulo na Suíça.

Com muitas informações reunidas sobre os desvios de dinheiro do ex-prefeito Paulo Maluf, o jornalista brasileiro lança seu livro O dinheiro sujo da corrupção —– como a Suíça entregou Paulo Maluf no dia 21 de outubro nas livrarias brasileiras.

Com prefácio de Jean Ziegler, um dos maiores especialistas no combate à lavagem de dinheiro, a obra será lançada no Brasil pela Geração Editorial. O dinheiro sujo da corrupção conta como funcionam as contas secretas nos bancos suíços e nos paraísos fiscais, que servem como subterfúgio para lavar o dinheiro da corrupção de governos de vários países, do tráfico de drogas e do terrorismo internacional.

De acordo com o jornalista, foi o combate a estas atividades criminosas que permitiu às autoridades suíças informarem às brasileiras que membros da família Maluf tinham contas secretas, transferidas posteriormente para a ilha de Jersey, um paraíso fiscal nas proximidades da Inglaterra. Para Martins, as provas contra Maluf não teriam sido obtidas sem a ajuda ativa da Suíça. “Esse caso permitiu também à Suíça provar sua vontade de não mais servir de refúgio à corrupção”.

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