Reajuste salarial

Delegados da PF estão dispostos a entrar em greve

Autor

11 de outubro de 2005, 20h29

Os delegados da Polícia Federal podem entrar em greve ou fazer algum outro tipo de manifestação em breve. Uma pesquisa feita pela federação nacional da categoria durante o Encontro Nacional dos Delegados de Polícia Federal, de 20 a 23 de setembro em Fortaleza (CE), mostra que 45% dos presentes defenderam uma paralisação por um dia ou uma greve de pelo menos uma semana. Outros 19% defenderam uma operação padrão para pressionar o governo por um reajuste salarial.

A primeira assembléia de delegados federais para discutir a paralisação será feita na próxima sexta-feira (14/10), no Rio. Depois, serão marcadas assembléias nos demais estados para tratar de manifestações pelo reajuste salarial.

Segundo o presidente da federação, Armando Rodrigues Coelho Neto, participaram da pesquisa cerca de 120 delegados. Coelho Neto afirma que atualmente os delegados federais na ativa não passam de mil. “Existe uma disposição dos delegados de protestar, mas só haverá uma greve se houver uma decisão em conjunto com os agentes federais”, afirma.

Ele lembra que recentemente houve uma paralisação mal-sucedida dos agentes justamente pela falta de apoio dos demais policiais federais ao protesto. Desta vez, Coelho Neto afirma que as entidades de delegados, funcionários administrativos, agentes e peritos estão mais unidas. Representantes de todas as categorias profissionais da PF estiveram reunidos com o diretor-geral, Paulo Lacerda, na noite de segunda-feira. Segundo o presidente da Fenadepol, não houve nenhuma proposta da PF para evitar protestos.

Na pesquisa feita com o delegados, 42% disseram que as entidades de classe não deveriam esperar nem mais um dia para começar algum tipo de manifestação pelo reajuste salarial. Outros 38% defenderam um prazo de 30 dias antes do início dos protestos.

O presidente da Fenadepol diz que alternativas à greve estão sendo discutidas pelos delegados. “Podemos usar um uniforme especial para protestar, fazer uma panfletagem nas superintendências de São Paulo e do Rio e nas CPIs (a Polícia Federal ajuda os parlamentares nas investigações) ou se negar a participar das grandes operações que rendem dividendos políticos para o governo. Não há interferência política nas operações, mas sem dúvidas há um proveito”, explica.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!