Venerando acórdão

Entidades de juízes criticam advogado por ofensa à classe

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5 de outubro de 2005, 20h01

A Anamatra e a Ajufe repudiaram, nesta quarta-feira (5/10), declarações do ex-presidente Conselho Federal da OAB Reginaldo de Castro. Durante a 21ª Conferência Nacional dos Advogados, em Florianópolis, Castro teria ofendido os juízes.

Segundo as associações, o advogado disse que “o Judiciário ainda se julga herdeiro da monarquia” e completou: “Às vezes, o venerando acórdão é proferido por um salafrário e nós temos de chamar de venerando acórdão”.

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a Associação dos Juízes Federais do Brasil se sentiram ofendidas com as declarações e divulgaram nota conjunta repudiando os temos usados pelo ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Para as associações, “o direito de crítica não justifica a utilização de expressões chulas e de ataques generalizados despidos de qualquer comprovação contra integrantes do Poder Judiciário, que nada contribuem para a melhoria das instituições republicanas”.

Leia a íntegra da nota

Nota Conjunta Ajufe — Anamatra

A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) vêm expressar o seu repúdio e indignação pelo teor da declaração prestada pelo ex-presidente da OAB, Reginaldo de Castro, durante o seu pronunciamento na 19ª Conferência Nacional dos Advogados, conforme noticiado na coluna do jornalista Cláudio Humberto de 30 de setembro de 2005.

Consideram as entidades representativas da magistratura federal e do trabalho que o direito de crítica não justifica a utilização de expressões chulas e de ataques generalizados despidos de qualquer comprovação contra integrantes do Poder Judiciário, que nada contribuem para a melhoria das instituições republicanas.

As signatárias conclamam que sejam abandonados os lampejos de ego e o apelo corporativo da ribalta, e que levemos sempre em conta os interesses maiores de construção de um Poder Judiciário forte, independente e respeitado, como garantia da democracia e dos direitos do cidadão.

Reafirmam, enfim, a certeza de que a manifestação do referido advogado não representa a opinião da Ordem dos Advogados do Brasil e da grande maioria dos advogados brasileiros, tradicionais defensores da ordem democrática.

Brasília, 05 de outubro de 2005

Jorge Maurique e José Nilton Ferreira Pandelot

Presidente da Ajufe Presidente da Anamatra

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