Número dois

CPI das Armas ouve sócio de Fernandinho Beira-Mar no tráfico

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30 de novembro de 2005, 16h51

A CPI do Tráfico de Armas vai ouvir nesta quinta-feira (1/12) o traficante Ney Machado, tido como principal sócio de Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, no tráfico internacional de drogas. Ney Machado foi transferido da Colômbia, onde cumpriu pena de quatro anos, para o Brasil no dia 22 de outubro e está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, no Rio Grande do Sul.

Ele é acusado de liderar a troca de armas por cocaína entre o Comando Vermelho, chefiado por Beira-Mar, e as Farc — Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Será montado um esquema especial de segurança para transportar Machado, considerado pela Polícia Federal o segundo preso mais perigoso do país, atrás apenas de Beira-Mar. Ele irá para Brasília em avião e escolta da PF em horário não divulgado.

No final de década de 90, Machado e Beira-Mar montaram um centro de operações em terreno das Farc, na Colômbia, para trocarem armas por droga. À época, os dois eram fugitivos do Brasil. Militares colombianos chegaram à base e apreenderam com o grupo cerca de 700 fuzis, dólares e documentos com a rota do tráfico. A operação foi batizada de Gato Negro e tinha como objetivo chegar ao líder das Farc. Beira-Mar foi ferido pelos militares e capturado em seguida. Machado ficou detido na Colômbia e Beira-Mar foi extraditado para o Brasil.

Na mesma reunião, será ouvido Adriel José Tapara, preso com dois fuzis e munição de diversos calibres, em Laranjeira do Sul, Paraná. O delegado José Alberto Freitas, de Guarapuava (PR), foi convidado para prestar informações à CPI sobre Tapara e deverá ser ouvido na mesma reunião. A audiência está marcada para às 10h, na Câmara dos Deputados.

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