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MPF tenta suspender venda de livro de Edir Macedo

9 de novembro de 2005, 14h05

Por Redação ConJur

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Se depender do Ministério Público Federal da Bahia, um dos livros do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, deve sair de circulação. O MPF entrou com Ação Civil Pública para suspender a venda do Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?.

Segundo os procuradores da República Sidney Madruga e Cláudio Gusmão, a obra, além de preconceituosa e discriminatória, “dedica quase que a totalidade de suas páginas a promover ofensas às religiões afro-brasileiras”.

O livro é vendido nas igrejas, livrarias evangélicas e pelo sistema de entrega em domicílio. Em 2000, já haviam sido vendidos mais de 2 milhões de exemplares.

Segundo o MPF, trechos da publicação tratam as religiões de origem africana como “seitas demoníacas”, “modo pelo qual o demônio age na Terra” ou “canais de atuação dos demônios”. Os procuradores afirmam que o bispo responsabiliza a Umbanda, o Candomblé e a Quimbanda “pela destruição do ser humano” e pelo uso de entorpecentes.

Na ação, o Ministério Público quer demonstrar que a diversidade religiosa deve ser “respeitada, acolhida e prestigiada, levando-se em consideração a sua influência na formação cultural do povo brasileiro”.

Se forem condenados, Edir Macedo, a Gráfica Universal e a própria Igreja Universal do Reino de Deus serão obrigados a suspender a venda e a circulação do livro em todo o Brasil e a recolher todos os exemplares disponíveis em estoque, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

ACP 2005.33.00.022891-3