Juízes sob suspeita

Membros do Judiciário capixaba são suspeitos de matar juiz

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24 de março de 2005, 15h40

Membros do Poder Judiciário do Espírito Santo são investigados por envolvimento na morte do juiz Alexandre Martins, da Vara de Execuções Penais, que completou dois anos nesta quinta-feira (24/3). A afirmação é do secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Rodney Miranda, segundo informa o jornal O Estado de S.Paulo.

Martins foi assassinado quando saía de uma academia de ginástica em Vila Velha, na Grande Vitória, em 2003. “O que podemos dizer é que existem várias correntes sendo investigadas e que a mais forte, hoje, é que temos como principais suspeitos membros do Poder Judiciário”, afirmou o secretário.

Segundo Miranda, o juiz assassinado era uma pessoa “muito combativa” que “teria vários inimigos, muitos deles dentro do próprio Judiciário”. Na avaliação do secretário, os interessados na morte de Alexandre Martins estariam incomodados com denúncias envolvendo juízes capixabas.

A suspeita, de acordo com ele, foi provocada por “interferências nas investigações”. Testemunhas teriam sido pressionadas para mudar o teor de seus depoimentos à Justiça. Além disso, duas mensagens de fax, recebidas antes e depois do crime, denunciavam uma trama por parte de juízes para matar colegas da Vara de Execuções Penais.

De acordo com o Estadão, o secretário exibiu à imprensa do Espírito Santo imagens do depoimento de uma testemunha que afirma ter presenciado o pagamento feito a Giliard Ferreira de Souza pela execução do juiz. Ele teria recebido um envelope com R$ 15 mil na manhã do crime. A testemunha contou que o suposto mandante, um homem baixo, de cabelos grisalhos, chegou ao local em um Vectra vermelho. No pára-brisa do carro havia, de acordo com o relato, um adesivo do Poder Judiciário.

As informações foram divulgadas depois que o juiz Sérgio Cardoso, da 4ª Vara Criminal de Vila Velha (ES), autorizou a quebra parcial do sigilo das investigações. Foi ele quem condenou os dois assassinos confessos de Martins. Odessi Martins da Silva, o Lumbrigão, que cumpre pena de 25 anos e oito meses de reclusão, e Giliard Ferreira de Souza, condenado a 24 anos e seis meses.

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