Crime ambiental

Polícia Federal defende leis mais rigorosas contra crime ambiental

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23 de março de 2005, 14h55

O novo chefe da Divisão de Repressão a Crimes Ambientais da Polícia Federal, delegado Paulo Tarso, afirmou que a legislação brasileira em vigor não trata esse tipo de crime “da forma como deveria”, pois não dá ferramentas e instrumentos “tanto para quem fiscaliza quanto para quem tem de combatê-lo”. A afirmação foi feita no documentário “Amazônia — terra cobiçada”, que está sendo veiculado pelas rádios Nacional da Amazônia e de Brasília.

Tarso explicou que a Divisão contra Crimes Ambientais na Polícia Federal foi criada porque a demanda estava muito grande. Ele disse que o crescimento dos crimes ambientais ocorre em razão “do grande retorno financeiro que ele rende aos infratores”. Segundo o delegado, na Amazônia existe uma “atuação organizada de grupos”, principalmente na área de animais silvestres. As informações são do site Ambiente Brasil.

O chefe da repressão ao crime ambiental da PF informou que os contrabandistas chegam a levar até “partes de animais silvestres como, por exemplo, dentes de uma onça”. Há muitos casos de artesanato indígena exportado ilegalmente, penas de arara, de mutum e peixes ornamentais. De acordo com o delegado, “eles pescam em grande quantidade e levam como se fosse para consumo, mas na verdade são ornamentais”.

A questão dos madeireiros ilegais também preocupa a Polícia Federal e, segundo Tarso, na Amazônia é importante a cooperação e a troca de informações sobre os criminosos que estão atuando nessa área, entre “as embaixadas e os adidos policiais”. Como exemplo, ele citou a ida de uma comitiva oficial do governo brasileiro, no dia 4 de abril, a Lima, no Peru, para tratar da invasão dos madeireiros peruanos.

“Esses madeireiros peruanos estão ligados aos madeireiros asiáticos e há até um conflito na região, envolvendo os indígenas da etnia Ashaninka, que têm uma parte no lado do Brasil e a outra no lado do Peru, onde foi devastada grande área, e agora eles estão invadindo o lado brasileiro”, disse Tarso.

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