José Carlos Gabriel, um dos acusados pelo assassinato do cacique Orides Belino Correia da Silva, da Reserva Indígena Xapecó, Oeste de Santa Catarina, deverá ser julgado por júri popular. A decisão é da 7ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Os desembargadores federais negaram por unanimidade o recurso de Gabriel, que alegava não existirem provas suficientes de sua participação no crime. Gabriel é acusado de ser um dos responsáveis pelo assassinato do índio, que também era vice-prefeito do município catarinense de Ipuaçu.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Gabriel e mais quatro pessoas teriam atirado em Silva, provocando a sua morte. O motivo do crime teria sido político, já que Gabriel queria ser cacique da reserva e outro participante do crime pretendia ser prefeito da cidade.
O desembargador federal Néfi Cordeiro, relator do caso, considerou as provas suficientes para que o réu seja submetido ao Tribunal do Júri. “Embora os parentes da vítima tenham como provável a intenção de vingança, servem os depoimentos como prova e assim são valorados no processo”, afirmou. Uma das testemunhas relatou que Silva já tinha sido ameaçado de morte publicamente pelos supostos assassinos.
RCrSE 2003.72.02.004951-8/SC