O Conselho Nacional do Ministério Público, novo órgão fiscalizador da instituição, correspondente ao controle externo do Judiciário, está incompleto. Nesta quarta-feira (18/5), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou apenas 10 dos 14 nomes indicados para o Conselho. O 11º nome, que dispensou sabatina e aprovação é o do procurador-geral da República, presidente natural do novo Conselho. Faltou argüir e aprovar os nomes dos três representantes dos Ministérios Públicos dos Estados.
O vácuo foi provocado por decisão do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Justiça que se recusou a fazer as três indicações, contrariando o desejo da Conamp – Associação Nacional dos Membros do Ministério Público. Desse modo, por meio de eleições e escolhas aleatórias, foram enviados ao Senado não três, mas 25 indicações — um nome correspondendo a cada Ministério Público Estadual. O MP do estado do Acre não fez a sua escolha.
O risco das três indicações serem feitas supletivamente pelo Ministério Público da União, como previa a reforma do Judiciário – Emenda Constitucional nº 45/04 – levou a Conamp a obter, no final de abril passado, liminar do STF que considerou inconstitucional a substituição. Tal como em relação ao Conselho Nacional de Justiça, o dispositivo previa a indicação suplementar caso elas não fossem formalizadas até 30 dias antes da instalação dos conselhos, prevista para o início de junho próximo.
Os ministros, por unanimidade, reconheceram que a regra para o Ministério Público havia sido introduzida na reforma do Judiciário pelo Senado, no texto que foi promulgado, sem passar novamente pela apreciação da Câmara dos Deputados. Os ministros também entenderam que a escolha dos nomes deveria ser feita de acordo com lei específica, prevista na própria reforma, e que ainda não foi apreciada pelo Congresso Nacional.
Desse modo, para evitar a ausência dos representantes dos MPs estaduais na primeira composição do Conselho, no momento de sua instalação, representantes da categoria procuravam, nesta quarta-feira, a alternativa de os próprios senadores fazerem a escolha de três entre os 25 nomes indicados por meio de votação secreta.
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado aprovou, por 22 votos a favor e 1 contra, os dez nomes apresentados à sua apreciação. Os nomes, da mesma forma que os do CNJ, deverão agora ser referendados por maioria absoluta dos membros do Senado em votação secreta prevista para a próxima terça-feira.
<confira os nomes já aprovados do CNMP:
Procurador-geral da República:
— Cláudio Fonteles (presidente do CNMP)
Representantes do Ministério Público da União:
— Janice Agostinho Barreto Ascari
— Gaspar Antônio Viegas
— Osmar Machado Fernandes
— Ivana Auxiliadora Mendonça Santos
Representante do STF:
— Hugo Cavalcante de Mello Filho
Representante do STJ:
— Ricardo Mandarino Barretto
Representantes da OAB:
— Ermano Uchoa
— Luiz Carlos Madeira
Representante da Câmara dos Deputados:
— Maurício Albuquerque
Representante do Senado:
— Alberto Cascais Meleiro