Fora da ordem

Acusado de suborno, advogado pode perder inscrição na OAB

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13 de maio de 2005, 19h39

Laerte Gomes Carvalho, advogado do traficante Marcio Batista da Silva, conhecido como Dinho Porquinho, poderá perder sua inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil. A OAB-RJ instaurou processo ético-disciplinar contra o advogado, detido em flagrante quando tentava pagar propina no valor de R$ 50 mil a um delegado na zona oeste do Rio de Janeiro, em troca da libertação do traficante.

Após a conclusão do processo, a pena pode culminar na perda da inscrição de Carvalho como advogado. Ele foi indiciado por corrupção ativa e associação com o tráfico de drogas, mas também deverá ser julgado pelo Tribunal de Ética da Seccional da OAB do Rio de Janeiro. As informações são da OAB.

De acordo com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, o advogado não foi preso enquanto estava no exercício da advocacia e sim na condição de delinqüente. “Ao tentar subornar uma autoridade policial, ele estava despido dos deveres e da responsabilidade de advogado. Estava agindo como delinqüente”, afirmou Busato.

Busato ressaltou a importância de que advogado seja julgado na condição de cidadão comum, que cometeu um crime na tentativa de libertar outra pessoa.

A princípio, a conduta do advogado do traficante foi totalmente incompatível com a que o advogado deve ter, segundo Roberto Busato. “No entanto, não acredito que ele deva ser condenado apenas com base em pena do Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). Para mim, ele foi preso na condição de marginal, de delinqüente”, acrescentou o presidente da OAB.

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