Fraude ambiental

PF indicia 90 pessoas associadas à máfia da madeira em MT

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19 de junho de 2005, 14h53

A Polícia Federal indiciou cerca de 90 pessoas por envolvimento com a máfia que fraudava o sistema de controle da exploração de madeira em Mato Grosso. Os sete inquéritos, que somam mais de 11 mil páginas, foram apresentados nesta sexta-feira (17/6), pelo delegado da PF Tardeli Boaventura, que coordenou parte das investigações que resultaram na Operação Curupira.

Entre os indiciados está o ex-gerente executivo do Ibama Hugo Werle, acusado de formação de quadrilha e corrupção. “Restam fortes os indícios de que o servidor Hugo José Scheuer Werle estaria participando das ações desenvolvidas pela quadrilha, praticando o crime de corrupção passiva, evidenciada nos autos em pelo menos uma oportunidade”, diz um trecho do inquérito referente às irregularidades na gerência do Ibama em Cuiabá. As informações são do jornal O Globo.

De acordo com o delegado da PF Tardeli Boaventura, ainda não foi concluída a perícia nos 70 computadores e mais de 180 pacotes de documentos apreendidos na ação. Mesmo assim, a investigação já constatou a existência de 431 firmas fantasmas de reflorestamento e de extração de madeira, que serviam para burlar o limite de desmatamento por empresa.

Os inquéritos indicam que os servidores recebiam propina para atestar que as falsas empresas eram verdadeiras e funcionavam. Outros indiciados, como o fiscal José Carlos Mendes, atuava no posto fiscal do Ibama, intermediando a liberação de cargas irregulares.

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