Como a censura

Naldinho pede segredo de justiça em inquérito de tráfico

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16 de junho de 2005, 10h58

A Justiça vai decidir se decreta ou não sigilo no inquérito que investiga a participação de Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, e de Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, em crimes de tráfico de droga e lavagem de dinheiro. A decisão será do juiz Edegar de Souza Castro, titular da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, no litoral paulista.

O pedido foi feito pelos advogados de Naldinho, que reclamaram, ainda, a decretação do sigilo de seus nomes, a determinação para ordenação de provas, a garantia da integridade física de seu cliente e o relatório dos bens apreendidos.

O Ministério Público – por meio da promotora de Justiça Ana Maria Frigerio Molinari – se manifestou contra a decretação de segredo de justiça nas investigações e contra os demais pedidos da defesa.

“Tal pleito não encontra previsão no ordenamento pátrio devendo, portanto, ser indeferido”, afirmou a promotora no parecer encaminhado à Justiça. “Não queira o requerente (Naldinho) atuar como órgão censor da imprensa nacional, a qual muito já sofreu sob o jugo de opressores do passado”, continuou.

“Faz-se mister ressaltar que a população teve acesso a gotículas de um imenso mar de provas amealhadas em desfavor dos indiciados e tais migalhas, de per si, geraram suficiente insurgência pública que não mais interessa à “estratégia inicial” do requerente”, concluiu a representante do Ministério Público.

Na última segunda-feira (13/6), o juiz titular da 1ª Vara Criminal de Praia Grande indeferiu pedido de liberdade provisória e de relaxamento do flagrante impetrado a favor do ex-goleiro Edinho. A defesa do filho de Pelé alegou falta de materialidade das provas.

O ex-goleiro foi preso em seu apartamento em Santos (litoral paulista). O Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) afirma que ele foi flagrado em conversas telefônicas com Naldinho, também preso e apontado como o chefe do tráfico de drogas na Baixada Santista.

No total, 52 pessoas foram detidas durante a operação do Denarc realizada na última segunda-feira e 13 delas – incluindo o filho de Pelé – foram autuadas em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em 22 locais da Baixada Santista e da Grande São Paulo.

Filho do ex-jogador do Santos Pitico – que foi contemporâneo de Pelé –, Naldinho e outros seis presos foram transferidos do Denarc para CDPs (Cetros de Detenção Provisória) na noite de terça-feira (7/6). Além de Edinho, outros seis suspeitos permanecem no Denarc. A Polícia Civil afirma que a transferência depende de vagas no sistema prisional.

As confissões feitas pelo ex-goleiro para justificar seu envolvimento com Naldinho não convenceram a polícia. O Denarc diz que ele usava a influência do nome do pai em negociações feitas com a suposta quadrilha.

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