Filho de Pelé

Juiz nega pedido de liberdade do ex-goleiro Edinho

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13 de junho de 2005, 14h10

O juiz Edegar de Souza Castro, da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, no litoral paulista, rejeitou nesta segunda-feira (13/6) pedido de liberdade provisória e de relaxamento da prisão em flagrante do ex-goleiro do Santos Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé. Cabe recurso ao Tribunal de Justiça.

A defesa do ex-goleiro alegou falta de materialidade das provas. O juiz de Praia Grande remeteu ao Ministério Público quatro outros pedidos de relaxamento de flagrante, interpostos pelos advogados de Ademir Carlos de Oliveira, André Eugênio Brandão de Souza, Maurício Louzada Ghelardi e Clóvis Ribeiro. A defesa de Clóvis ingressou, ainda, com pedido de decretação de sigilo no inquérito policial.

Edinho permanece na sede do Denarc — Departamento de Investigações sobre Narcóticos, no bairro do Butantã (na Zona Oeste de São Paulo). Agora, cabe à Secretária de Administração Penitenciária determinar o local onde Edinho irá ficar recolhido.

Na última sexta-feira, o Ministério Público de São Paulo já havia dado parecer contrário ao pedido, que, posteriormente, foi analisado pela 1ª Vara Criminal de Praia Grande.

Edinho foi preso na segunda-feira passada, durante uma operação do Denarc, e autuado sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Em depoimento à Polícia Civil, Edinho negou as acusações de associação para o tráfico, mas afirmou ser usuário de maconha e disse precisar de tratamento médico.

A petição foi apresentada na 1ª Vara Criminal de Praia Grande porque foi o juiz deste fórum que autorizou as escutas telefônicas e os mandados de busca e apreensão. O advogado de Edinho, Sidney Gonçalves, pediu ao juiz de Praia Grande que Edinho seja internado em uma clínica para tratamento.

Em sua manifestação, a Promotoria de Justiça se mostrou convicta do envolvimento do filho de Pelé com tráfico de drogas. “O envolvimento dele (Edinho) é intenso. O crime é pernicioso, o flagrante está em ordem, a prisão foi legal e não cabe o relaxamento”, apontou o parecer da Promotoria.

Para o Ministério Público, a liberdade de Edinho, no momento, representa um risco à ordem pública e ao regular andamento do inquérito. Além do mais, a Promotoria entende que o caso do ex-goleiro não é de mero usuário, mas de envolvimento com o tráfico.

Prisão

O ex-goleiro foi preso em seu apartamento em Santos, litoral paulista. O Denarc afirma que ele foi flagrado em conversas telefônicas com Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, também preso e apontado como o chefe do tráfico de drogas na Baixada Santista.

Filho do ex-jogador do Santos Pitico — que foi contemporâneo de Pelé —, Naldinho e outros seis presos foram transferidos do Denarc para Centros de Detenção Provisória na noite de terça-feira (7/6). Além de Edinho, outros seis suspeitos permanecem no Denarc. A Polícia Civil afirma que a transferência depende de vagas no sistema prisional.

As confissões feitas pelo ex-goleiro para justificar seu envolvimento com Naldinho não convenceram a polícia. O Denarc diz que ele usava a influência do nome do pai em negociações feitas com a suposta quadrilha.

O conteúdo das escutas não foi divulgado. De acordo com a polícia, a quadrilha movimentaria cerca de duas toneladas de cocaína por mês. O diretor do Denarc, Ivaney Cayres de Souza, disse que será pedida a quebra de sigilo bancário dos envolvidos.

Na última terça, Pelé visitou o filho no Denarc, concedeu entrevista e pediu que uma carta, na qual o filho afirma ser dependente de drogas, fosse lida. Durante a leitura do texto, no qual Edinho diz que começou a usar drogas depois de deixar o futebol, ele não se conteve e chorou.

Operação

No total, 52 pessoas foram detidas durante a operação do Denarc realizada na última segunda-feira e 13 delas — incluindo o filho de Pelé — foram autuadas em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em 22 locais da Baixada Santista e da Grande São Paulo.

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