Tráfico de drogas

Edinho entra na Justiça com pedido de relaxamento de prisão

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10 de junho de 2005, 17h43

A Justiça vai decidir se aceita o pedido de relaxamento de prisão, apresentado pela defesa de Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, e ex-goleiro do Santos. O pedido esta nas mãos do juiz Edegar de Souza Castro, da 1ª Vara Criminal de Praia Grande. Edinho permanece preso na sede do Denarc, no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo.

Edinho foi preso em flagrante na última segunda-feira (6/6) e autuado sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. O ex-goleiro negou em depoimento à Polícia Civil as acusações de associação para o tráfico, mas afirmou ser usuário de maconha e disse precisar de tratamento médico.

Caso a Justiça concorde com o pedido da defesa, ele poderá ser internado em uma clínica para dependentes químicos. A petição foi apresentada na 1ª Vara de Praia Grande – porque foi o juiz deste fórum que autorizou as escutas telefônicas e os mandados de busca e apreensão.

A defesa alega falta de materialidade das provas. O advogado Sidney Gonçalves pediu ao juiz de Praia Grande que Edinho seja internado em uma clínica para tratamento.

O Ministério Público já se manifestou pelo indeferimento da liberdade do ex-atleta. A Promotoria de Justiça está convicta do envolvimento do filho de Pelé com tráfico de drogas. “O envolvimento dele (Edinho) é intenso. O crime é pernicioso, o flagrante está em ordem, a prisão foi legal e não cabe o relaxamento”, apontou o parecer da promotora de Justiça.

Para o Ministério Público, a liberdade de Edinho, no momento, representa um risco à ordem pública e ao regular andamento do inquérito. Além do mais, a Promotoria entende que o caso do ex-goleiro não é de mero usuário, mas de envolvimento com o tráfico.

Prisão

O ex-goleiro foi preso em seu apartamento em Santos, na segunda-feira (6/6). O Denarc — Departamento de Investigações sobre Narcóticos afirma que ele foi flagrado em conversas telefônicas com Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, também preso e apontado como o chefe do tráfico de drogas na Baixada Santista.

Filho do ex-jogador do Santos Pitico — que foi contemporâneo de Pelé —, Naldinho e outros seis presos foram transferidos do Denarc para CDPs — Centros de Detenção Provisória na noite de terça-feira (7/6). Além de Edinho, outros seis suspeitos permanecem no Denarc. A Polícia Civil afirma que a transferência depende de vagas no sistema prisional.

As confissões feitas pelo ex-goleiro para justificar seu envolvimento com Naldinho não convenceram a polícia. O Denarc diz que ele usava a influência do nome do pai em negociações feitas com a suposta quadrilha.

O conteúdo das escutas não foi divulgado. De acordo com a polícia, a quadrilha movimentaria cerca de duas toneladas de cocaína por mês. O diretor do Denarc, Ivaney Cayres de Souza, disse que será pedida a quebra de sigilo bancário dos envolvidos.

Na última terça, Pelé visitou o filho no Denarc e concedeu entrevista e pediu que uma carta, na qual o filho afirma ser dependente de drogas, fosse lida. Durante a leitura do texto, no qual Edinho diz que começou a usar drogas depois de deixar o futebol, ele não se conteve e chorou.

Operação

No total, 52 pessoas foram detidas durante a operação do Denarc realizada na última segunda-feira e 13 delas – incluindo o filho de Pelé – foram autuadas em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em 22 locais da Baixada Santista e da Grande São Paulo.

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