Réu confesso

Senador vai representar contra o PT por crime eleitoral

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18 de julho de 2005, 14h18

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou, nesta segunda-feira (18/7), que entrará com representação contra o PT no Tribunal Superior Eleitoral por prática de crime eleitoral. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, e o publicitário Marcos Valério de Souza, declararam a existência de caixa 2 nas campanhas eleitorais da legenda.

“O PT se tornou réu confesso. Houve formação de quadrilha para a prática de crime eleitoral”, afirmou o senador à Agência Senado. Ainda não foi definido se o próprio senador ou se o PSDB encabeçará a representação.

Alvaro Dias não sabe se haverá cassação dos petistas eleitos no último pleito, mas lembrou que essa é uma das penalidades previstas, além de detenção de cinco anos, multas, suspensão dos repasses do fundo partidário e a suspensão ou cassação do registro do partido.

O senador acusou o governo de armar uma versão — para explicar a circulação de tanto dinheiro nas contas de Marcos Valério e os saques injustificados das contas de suas empresas — para restringir a prática de corrupção a crime eleitoral. “Mas a confissão deste crime não é nenhuma sentença de absolvição contra os outros, como aqueles contra a ordem tributária ou de improbidade administrativa”, disse.

O pedido de Habeas Corpus apresentado ao Supremo Tribunal Federal por Delúbio e pelo ex-secretário-geral Sílvio Pereira — que vão depor à CPI na terça (19/7) e na quarta-feira (20/7), respectivamente — foi criticado pelo senador. “Quem adota esse procedimento revela que há razões para a própria prisão. É uma confissão de culpa”, disse.

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