Parada federal

PF vai parar por uma hora em protesto contra Fiesp e OAB

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18 de julho de 2005, 16h19

A Fenapef — Federação Nacional dos Policiais Federais vai recomendar, nesta terça-feira (19/7), que seus 13 mil filiados interrompam o trabalho da PF por uma hora, em todo o país, em ato de protesto direto contra a Ordem dos Advogados do Brasil e contra a Fiesp — Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O anúncio foi feito com exclusividade à revista Consultor Jurídico pelo presidente da Fenapef, Francisco Carlos Garisto.

“Não é uma greve, longe disso. Vamos rebater o que temos agüentado da Fiesp e da OAB. Quem está certo, como nós estamos, não pode se calar”, dispara Garisto — um agente especial há 35 anos na PF e que já foi segurança do Papa João Paulo II, do Príncipe Charles e de dois presidentes dos Estados Unidos.

“Trata-se de um ato de protesto pacífico. A Fiesp e a OAB ficam dizendo que a PF é instrumentalizada pelo governo. Somos nada. Cumprimos lei e determinações judiciais. Aqui não tem partido: prendemos calcinha de seda e cueca de algodão, desde que a lei o determine”, diz Garisto.

A Fiesp diz, por sua vez, que não contesta as investigações da Polícia Federal nem os mandados de busca e apreensão cumpridos por seus agentes. O que não se pode admitir, segundo o presidente da entidade, Paulo Skaf, são os excessos cometidos.

Essa foi o tom do Movimento pela Legalidade, contra o Arbítrio e a Corrupção, deflagrado em São Paulo, nesta segunda-feira (18/7), pela Fiesp e por entidades como a Federação do Comércio paulista, a Febraban, a OAB de São Paulo, a Associação Paulista dos Magistrados, Bovespa, sindicatos das mais diversas categorias, e organizações sociais.

A Fiesp tentou desvincular sua reação contra as operações da Polícia Federal do episódio Daslu, investigada por sonegação fiscal. A operação de busca e apreensão na megabutique e as prisões da empresária Eliana Tranchesi, de seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque, donos da loja, e do empresário Celso Lima, sócio de uma importadora que trabalhava com a Daslu, na semana passada, seria mera coincidência. Segundo Paulo Skaf, o movimento não tem qualquer vínculo com o episódio.

Para entrar no mesmo tom da Fiesp, o diapasão dos federais será a paralisação de uma hora, a ser marcada até o final desta semana.

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