Reação em cadeia

Dirigentes da OAB repudiam ataque de Maurique a D’Urso

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15 de julho de 2005, 20h34

Presidentes de diversas seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil manifestaram em apoio ao presidente da OAB São Paulo, Luiz Flávio Borges D’Urso, sobre a declaração do presidente da Ajufe — Associação dos Juízes Federais, Jorge Maurique.

Em evento organizado pela Ajufe no Rio de Janeiro, Jorge Maurique, presidente da entidade, afirmou que D’Urso “não passaria no Exame de Ordem”. Maurique ironizou o fato de o Superior Tribunal de Justiça ter indeferido por inépcia Mandado de Segurança proposto pela OAB paulista contra o cumprimento de mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia.

Marco Antônio Caldas, presidente da OAB Goiás, disse apoiar D’Urso diante das “críticas espalhafatosas” do presidente da Ajufe. “Ao colocar em dúvida a sua capacidade técnica e insinuar que a OAB deva se submeter ao crivo do TCU, o juiz federal Jorge Maurique macula não somente sua competência e imagem pública, mas também questiona a credibilidade de toda a classe advocatícia e dos dirigentes das seccionais, eleitos pelos Advogados”, disse.

O presidente da OAB Rio Grande do Norte, Joanilson de Paula Rego, considerou “desrespeitosa” a afirmação do presidente da Ajufe. “O relacionamento entre as atividades elencadas, constitucionalmente, como essenciais à administração da Justiça deve pautar-se no diálogo e na busca de soluções que beneficie aos jurisdicionados brasileiros, sem que para isso seja preciso o recurso da hostilidade pessoal”, comentou Paulo Rego.

Em ofício encaminhado a D’Urso, o presidente da OAB Rio de Janeiro, Octavio Gomes, ofereceu a “mais irrestrita solidariedade em virtude dos ataques que vem sofrendo em pronunciamentos públicos da Ajufe”. Gomes também garantiu ao presidente da Seccional paulista o apoio dos advogados do Estado do Rio de Janeiro.

O conselheiro federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, José Edísio Simões Souto, afirmou que, a declaração preocupa porque trata-se “do presidente de uma entidade de classe de magistrados tecendo considerações de ordem pessoal contra o presidente de uma entidade de classe dos advogados, o que não é bom nem recomendável para o Estado Democrático de Direito, até porque ambos, juízes e advogados, são imprescindíveis à administração da Justiça”.

Os presidentes de seccionais da OAB do Distrito Federal, Estefânia Viveiros; da Bahia, Dinailton Nascimento de Oliveira; e do Amazonas Alberto Simonetti Cabral Filho também prestaram solidariedade a D’ Urso e elogiaram o posicionamento firme do presidente da OAB São Paulo diante das violações das prerrogativas dos advogados no estado.

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