Operação na butique

Dona da Daslu deixa Superintendência da PF em São Paulo

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13 de julho de 2005, 21h18

A empresária Eliana Tranchesi, dona da megabutique Daslu, deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde estava detida, no início da noite desta quarta-feira (13/7). A ordem foi da juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara Federal em Guarulhos, que revogou a prisão temporária de Eliana.

O procurador da República em Guarulhos, Matheus Baraldi Magnani, se manifestou a favor da soltura da empresária. “Não acredito que ela possa interferir na investigação em andamento, já colhemos provas suficientes”, disse.

Segundo Magnani, que tomou depoimento de Eliana, ela afirmou cuidar apenas do glamour e do marketing da butique, desconhecendo os trâmites comerciais e fiscais. O procurador participou de coletiva de imprensa ao lado do superintendente da PF em São Paulo, José Ivan Guimarães Lobato, e do superintendente da Receita Federal, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes.

Eliana, Antônio Carlos Piva de Albuquerque, seu irmão, e o empresário Celso de Lima, foram detidos nesta quarta em operação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal, sob a suspeita de formação de quadrilha, sonegação fiscal, falsificação de documentos e descaminho. Celso de Lima é gerente da Multimport, apontada na operação como “laranja” da Daslu no Brasil.

O irmão de Eliana e o empresário Celso de Lima até o fim desta quarta-feira ainda não tinham prestado depoimento e, por isso, não há posição sobre a libertação deles.

A operação foi desencadeada após 10 meses de investigações do MP, quando a Receita Federal apreendeu no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), junto a mercadorias da loja, notas fiscais subfaturadas e notas com os valores verdadeiros das mercadorias.

Batizada de Narciso, a operação desencadeou 40 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná. A operação, que mobilizou 250 policiais, 80 fiscais da Receita Federal e representantes do MP, envolveu 10 empresas: a maioria em São Paulo.

De acordo com o procurador Magnani, a importadora recebia mercadorias subfaturadas dos Estados Unidos e as repassava para a Daslu com nova subfaturação. Isso para diminuir a incidência de impostos que recaem sob produtos importados e industrializados, como o IPI e o Imposto de Importação.

O subfaturamento acontecia quando o importador substituía a fatura comercial verdadeira por outra com preço inferior. A importadoras seriam constituídas para camuflar a importação irregular e burlar a fiscalização da Receita Federal.

Entre as empresas de fachada que participariam da importação estão a Multimport, com sede em São Paulo, a Magnum, que, mais tarde, transformou-se em MT, estabelecida em Cotia (SP), e também uma empresa com sede nos Estados Unidos, denominada Horacy.

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