Presídios descartáveis

Juiz capixaba ameaça fechar Departamentos de Polícia Judiciária

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6 de janeiro de 2005, 20h22

O juiz Carlos Eduardo Lemos Ribeiro, de Vitória (ES), ameaçou, nesta quinta-feira (6/01), fechar os Departamentos de Polícia Judiciária da Grande Vitória, alegando medida de segurança.

De acordo com Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Vitória, os detentos saem das celas de carceragem à noite para incendiar ônibus e durante o dia para realizar seqüestros-relâmpagos.

As declarações foram dadas em uma entrevista do juiz à Rádio CBN de Vitória. Para Ribeiro, o secretário de Justiça do Estado, Fernando Zardini, é responsável por boa parte da situação.

O juiz acusou o governo do estado de gastar R$ 500 mil com tijolos e lajotas de baixa qualidade na reforma dos presídios e ressaltou que, com isso, o Executivo acabará gastando o dobro para ter de refazer as obras. “Tijolo e lajota em presídio? Tinha que ser de concreto e com grades. Tem alguma coisa estranha nisso tudo”, cutucou. “A Vara de Execuções está cansada de tudo isso e a Secretária de Justiça parece que não sabe que existem paredes de isopor nos presídios capixabas”, disparou ele.

Para o juiz, desde o assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em 2003, mais de 1.500 fugas foram registradas. Alertou para a falta de segurança da Casa de Custódia de Vila Velha: “Tem que derrubar o primeiro andar e fazer pilotis. Todo mundo sabe que lá é um queijo suíço”.

Ele também criticou a situação do presídio de segurança máxima da capital, que classificou de caótica. Ribeiro disse que os policiais ficam em guaritas de madeira, sem cobertura e sujeitos à chuva.

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