Crime em Bertioga

Promotor de Justiça que matou jovem em Bertioga é julgado

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15 de fevereiro de 2005, 15h33

O promotor de Justiça Thales Ferri Schoedl assistirá o seu julgamento, nesta quarta-feira (16/2), por decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo. Schoedl matou um jovem e feriu outro no dia 30 de dezembro, após uma discussão em Riviera de São Lourenço, condomínio de classe média alta em Bertioga. Ele foi preso em flagrante. O promotor disparou no total 12 tiros. Sua arma, uma pistola automática calibre 380, tem capacidade para 13. O TJ paulista requisitou à Polícia Militar a presença do promotor.

A denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral de Justiça. Schoedl é acusado de duplo homicídio qualificado — um consumado e outro tentado, por motivo fútil. Ele está preso desde o final do ano passado num quartel da Polícia Militar.

Além da denúncia, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça vai apreciar o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa. No pedido, o advogado Ronaldo Marzagão alega que seu cliente se apresentou espontaneamente à Polícia e que agiu em legítima defesa.

O advogado afirma, ainda, que o promotor de Justiça foi encurralado entre uma árvore e uma quadra de tênis e, quando o grupo tentou tomar sua arma é que ele disparou os tiros para se defender.

O Ministério Público já se manifestou nos autos de forma contrária à libertação de Schoedl. Para a Procuradoria-Geral de Justiça, o flagrante foi perfeito e o crime é hediondo. Por isso, não há condições de que o promotor responda ao processo em liberdade.

O crime

No dia 30 de dezembro, Thales Ferri Schoedl atirou contra os estudantes Diego Mendes Modanez e Felipe Siqueira Cunha de Souza, ambos de 20 anos, matando o primeiro e ferindo gravemente o segundo. O promotor alegou que atirou em legítima defesa contra um grupo de pessoas que o ameaçavam e que teriam mexido com sua namorada.

Diego Mendes Modanes, de 20 anos, foi atingido por três disparos e morreu na hora. Felipe Siqueira Cunha de Souza, da mesma idade, foi baleado quatro vezes.

Segundo todos os depoimentos, a confusão começou quando alguns jovens teriam importunado a namorada do promotor, a estudante Mariana Ozones Bartoletti, de 19 anos.

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