Sociedade vê Judiciário como a quarta instituição mais corrupta
12 de dezembro de 2005, 11h20
O Judiciário é a quarta instituição mais corrupta segundo a visão da população de 69 países. A conclusão foi tirada de um estudo da ONG Transparência Internacional, elaborado a partir de pesquisa feita pelo Instituto Gallup. Na Europa Oriental e Central e na América Latina, a situação é ainda pior: a Justiça é vista como uma das três instituições mais corruptas.
Os pesquisados tinham que avaliar a corrupção das instituições em uma escala de um a cinco — em que um significa sem corrupção e cinco quer dizer extremamente corrupta. Nas cinco primeiras posições ficaram: os partidos políticos com escala 4, os parlamentos (3,7), a polícia (3,6), o sistema judiciário (3,5) e as corporações empresariais (3,4). ONGs (2,8) e organizações religiosas (2,6). As informações são do blog do Josias de Souza.
Foram ouvidas cerca de 55 mil pessoas entre maio e outubro de 2005. É o terceiro ano consecutivo em que a pesquisa é feita. Também nos levantamentos anteriores, os partidos políticos encabeçavam a lista dos mais corruptos. Em 48 dos 69 países pesquisados — o Brasil não está na lista —, a maioria da população considera que a corrupção aumentou nos últimos três anos. Para 48% dos entrevistados, ela aumentará ainda mais no próximo triênio. Outros 30% acham que ficará nos mesmos níveis. Só 19% acreditam que vai diminuir.
Na opinião de 75% dos entrevistados, a corrupção afeta mais o cotidiano político do que os negócios e a vida pessoal e familiar. Para 65%, o setor mais afetado é o dos negócios. E para 58%, é na vida pessoal e familiar que os efeitos da corrupção são mais sentidos.
Em seis países — Dinamarca, Holanda, Noruega, Hong Kong, Singapura e Etiópia — os grupos corporativos e o setor privado lideraram o ranking de instituições vistas como as mais corruptas.
O Paraguai é um dos países onde as pessoas mais pagam propina: 43% dos entrevistados reconheceram que pagaram algum tipo de suborno no ano passado. Entre os paraguaios, o valor médio da propina é US$ 36.
Ao comentar os resultados, Huguette Labelle, representante da Transparência Internacional, disse que “a nova sondagem mostra que as pessoas acreditam que a corrupção está profundamente assentada em seus países”. A íntegra do estudo sobre corrupção no mundo está disponível no site da Transparência Internacional. O texto pode ser lido em inglês francês e espanhol.
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