Justiça paulista

Eleição de Limongi é bem recebida no meio jurídico

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7 de dezembro de 2005, 17h03

As entidades que representam advogados e juízes de São Paulo saudaram com otimismo a eleição do desembargador Celso Limongi para a Presidência do Tribunal de Justiça paulista. A expectativa é que o novo presidente, que assume em 1º de janeiro de 2006 e fica até dezembro de 2007, dê um choque de eficiência no tribunal. O perfil sindicalista de Limongi, que presidiu com vigor a associação de classe dos juízes paulistas, foi decisivo para sua eleição. Não por acaso ele teve expressiva votação dos juízes oriundos dos antigos tribunais de alçada.

Um dos maiores desafios de Celso Limongi é, sem dúvida, resolver a questão da morosidade. O TJ paulista é o maior e o mais tumultuado tribunal do país. Apesar do esforço conjunto nos últimos nove meses para tirar o atraso, o tribunal fecha o ano de 2005 com 550 mil recursos acumulados.

Para as entidades, uma das soluções está na informatização do Judiciário paulista. O presidente da seccional paulista da OAB, Luiz Flávio Borges D’Urso, acredita que, para diminuir a morosidade, além da informatização, também é necessário ampliar o quadro de assessores. “Essas duas medidas são fundamentais para resolver o problema do acúmulo de recursos.”

D’Urso afirmou que a OAB-SP ficou satisfeita com a eleição de Limongi. “Ele tem todos os requisitos necessários para um bom presidente.”

O presidente do Iasp — Instituto dos Advogados de São Paulo, Tales Castelo Branco, aposta na experiência de Limongi para solucionar os problemas da Justiça paulista. “Além de ser presidente da Apamagis, ele está há muitos anos no tribunal”, explicou. Celso Limongi fica na presidência da Apamagis — Associação Paulista dos Magistrados até o final do ano. Quem assume no início do ano que vem é o desembargador Sebastião Amorim.

Para Amorim, uma das causas da morosidade da Justiça paulista é a falta de recursos, que impede a modernização. Além disso, ele destaca que os procedimentos judiciais são lentos por causa da legislação que permite um número enorme de recursos. “Entendo que a morosidade pode ser atenuada com a edição de leis que forneça ao julgador a possibilidade de proferir decisões rápidas”, afirmou.

“Limongi tem uma história de comprometimento com a democracia. Espero que possa não só modernizar a Justiça como levá-la mais para perto do povo”, declarou Marcelo Semer, presidente da AJD — Associação Juízes para a Democracia.

A Aasp — Associação dos Advogados de São Paulo também comemorou o resultado das eleições do TJ paulista. “Foi uma eleição inédita, já que teve a participação de 360 desembargadores. Esse fato vai dar um respaldo para as decisões do novo presidente”, afirmou o presidente da entidade, José Diogo Bastos Neto.

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