Polícia que mata

Oficial da PM é condenado por matar jovem dentro de viatura

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31 de agosto de 2005, 20h12

O oficial da Polícia Militar Alexandre Rodrigues Cabrera foi condenado na madrugada desta quarta-feira (31/8) a 14 anos de prisão. Ele é acusado de ter matado um jovem, depois de prendê-lo. Cabreira vai recorrer da sentença em liberdade, pois é réu primário. O policial Benedito Aparecido dos Santos, que estava com o oficial no dia do crime, se livrou da ação por ocultação de cadáver, pois a pena para o crime já estava prescrita.

Segundo a denúncia, Cabreira, que na época do homicídio era tenente, prendeu Humberto da Silva, de 21 anos, em uma rua da região de Santo Amaro, Zona Sul da capital paulista. O oficial cometeu o assassinato em março de 1995. Segundo a advogada do policial, Edith Ruitburd, a vítima e a principal testemunha do crime foram detidos depois de ter assaltado um casal.

Depois que o rapaz foi algemado e colocado dentro da caçamba do carro da polícia, o militar lhe deu um tiro na cabeça. A advogada sustentou que o disparo foi acidental. Após o crime, o corpo da vítima foi abandonado em um depósito de lixo na região. Segundo informações obtidas pelo Ministério Público, mesmo após a denúncia, o oficial continua trabalhando normalmente, no interior do estado.

No júri, Cabrera foi condenado, por sete votos a zero, por homicídio qualificado. A qualificadora proposta pelo promotor Ivandil Dantas da Silva foi a impossibilidade de defesa da vítima, uma vez que Humberto já teria sido algemado e colocado na caçamba do carro quando foi baleado.

Para o promotor, o caso pode ser considerado exemplar porque o condenado é um oficial da PM acusado de cometer um homicídio em serviço. “A estratégia da defesa foi de desqualificar a vítima e trazer coronéis da PM para exaltar a carreira funcional do réu”, afirmou.

A advogada confirmou que esta é a tese da defesa. “Este problema aconteceu dois meses depois de o meu cliente ter saído da academia. Desde então, ele trabalha normalmente e tem uma ficha de bons serviços prestados, sem nenhum outro incidente. Já a vítima e a testemunha contra ele são dois ladrões”, afirmou.

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