Fuga federal

PF de SC diz que cela especial para Beira-Mar não é segura

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31 de agosto de 2005, 17h15

Além de custar a fortuna de R$ 100 mil mensais para a manutenção de uma equipe especial de segurança, a custódia permanente do mega-traficante Fernandinho Beira-Mar em Florianópolis guarda características que facilmente franqueariam uma operação de resgate. O alerta foi feito nesta quarta-feira (31/8) por Edison Tessele, presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Santa Catarina.

Tessele denuncia que “a sede da Justiça Federal está sendo construída do outro lado do prédio da PF. Sabemos que muito facilmente ele pode planejar infiltrar falsos operários nessa obra, que o resgatariam num minuto”.

O presidente do sindicato também salienta que “a carceragem da PF é tradicionalmente feita para abrigar presos provisórios, presos em flagrante, estrangeiros, pessoas que não estão presas em definitivo. Além dos R$ 35 mil que vão ser gastos com a nova cela, teremos as despesas de vôo e sobretudo um gasto estimado em R$ 100 mil para manter uma segurança especial para Beira-Mar”.

Tessele ressalta também que “a presença de Beira-Mar em Santa Catarina vai afetar muito o turismo local e tem mais: o palácio do governador fica ao lado do local em que Beira-Mar vai ficar preso”.

Um documento em poder da PF mostra que foram repassados R$ 35 mil para aumentar a segurança na superintendência da PF catarinense. O dossiê da PF diz que tal transferência de verba objetiva “implementar medidas de segurança para custodiar Luiz F. da Costa (vulgo Fernandinho Beira-Mar)”.

A comunicação da transferência, remetida à superintendência em Florianópolis, ocorreu em 21 de julho, vocalizada pela Coordenação de Orçamento e Finanças do Tesouro Nacional. No documento, constam três parcelas de recursos destinadas à PF do estado. São repasses de R$ 20 mil, R$ 8 mil e R$ 7 mil.

No dia seguinte à comunicação enviada à superintendência em Florianópolis, Beira-Mar foi levado à PF em Brasília, onde é mantido preso.

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