Os dirigentes do Balé Bolshoi, em Joinville (SC) Sylvio Sniecikovski, Antônio João Ribeiro Prestes, Joseney Braska Negrão, Sérgio Aires Filho e Luiz Carlos Meinert continuam nos cargos que ocupam na instituição. A decisão é da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que negou, por unanimidade, pedidos dos Ministérios Públicos Federal e do Estado de Santa Catarina.
Os MPs também pediam que os dirigentes fossem proibidos de entrar nas dependências da escola, que fosse nomeado um interventor judicial e que fosse feito o depósito de valores. O Bolshoi de Santa Catarina é a única filial do famoso balé de Moscou fora da Rússia. Sua instalação no Brasil foi possível graças à intermediação de João Ribeiro Prestes, filho de Luis Carlos Prestes, a mais expressiva liderança comunista da história brasileira.
O relator do processo no tribunal, desembargador federal Valdemar Capeletti, negou todos os pedidos. Ele destacou que a apuração de eventuais ilegalidades envolvendo o instituto e seus administradores, funcionários e terceiros não necessita de “providências radicais que poderiam acarretar, talvez com certa precipitação, a ruína de empreendimento real ou potencialmente importante para a vida cultural de Joinville e do Estado de Santa Catarina, além do Brasil e mesmo do exterior”.
Para essa averiguação, lembrou Capeletti, são suficientes, em tese, a auditoria dos eventos passados e o monitoramento da gestão presente e futura da instituição.Também não se justificam, entendeu o desembargador, o afastamento e a proibição de ingresso de dirigentes no instituto enquanto não forem “cabalmente apuradas ilicitudes que lhes sejam ou possam ser imputadas”.
Processo: AI 2005.04.01.010306-3/SC